Apenas 51% das obras de duplicação foram concluídas por concessionárias, diz estudo
Durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), realizada nesta terça-feira (23), foi apresentado um estudo sobre as obras realizadas pela atual concessão de pedágios, que chega ao fim nesta semana. Segundo as estatísticas, nos 24 anos de contrato, as empresas de pedágio entregaram apenas 51% das obras de duplicação e concluíram 57% das terceiras faixas previstas.
O levantamento realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) ainda destaca que 26 obras foram excluídas da responsabilidade das concessionárias após negociações com governos estaduais. Além disso, seis obras ainda estão sendo realizadas, entre elas a duplicação entre Cornélio Procópio e Corbélia.
“O passado está aí para nos advertir de que não podemos cometer os mesmos erros no futuro. Esta audiência é um marco do encerramento desse contrato de pedágio. Estamos livres de um pesadelo de 24 anos. O objetivo deste encontro é justamente ver a extensão do quanto o paranaense foi lesado”,
comentou o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB).
Nesta terça-feira (23), o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, participou de entrevistas no Grupo RIC e confirmou que os contratos não serão prorrogados.
Obras não realizadas
A audiência na Alep debateu diagnósticos dos problemas, passivos estruturais e possíveis litígios das atuais concessões nas rodovias paranaenses. A partir de domingo (28), nenhuma das seis empresas da atual concessão poderão cobrar tarifas nas praças de pedágio.
Com o final dos contratos, a responsabilidade das estradas passa a ser do Estado e da União, até que um novo plano de outorga seja lançado no final de 2022.
Apesar das autoridades já pensarem em uma nova fase para o pedágio do Paraná, os contratos não realizados deixam uma marca na história das rodovias paranaenses. Segundo o estudo da UFPR, os atuais contratos previam a entrega de 855 quilômetros de duplicação, porém, apenas 439 quilômetros foram efetivamente realizados, equivalente a 51%. Já as obras de terceira faixa atingiram 57% de conclusão, com a entrega de 213 dos 377 quilômetros previstos.
- Leia também: Sandro Alex explica como funcionarão serviços de ambulâncias e guinchos após fim dos pedágios
Segundo Eduardo Ratton, técnico da UFPR, uma avaliação preliminar dos dados indica que existem possíveis duplicidades entre obras não realizadas que estavam incluídas nos atuais contratos de concessão de rodovias no Paraná e que possam ressurgir no modelo que foi proposto e está sob análise do Tribunal de Contas da União.
“Muitas obras não foram executadas e aparecem agora no novo contrato. Elas podem ser pagas novamente pelos usuários […] Também propomos a criação de um comitê técnico para apresentação e discussão dos investimentos propostos. Futuramente, é necessária a criação de um comitê de acompanhamento”, pontuou Ratton, que propôs novas audiências públicas para discussão.