Grupo arrenda área do Porto de Paranaguá e investirá quase R$ 340 milhões em infraestrutura
O terminal destinado à movimentação e armazenagem de granéis líquidos do Porto de Paranaguá foi leiloado nesta sexta-feira (24) pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e arrematado por R$ 1 milhão pelo FTS Group. A nova arrendatária assume a área com a obrigação de investir o valor mínimo de R$ 338,2 milhões, em obras de ampliação da capacidade operacional, incluindo a construção de uma extensão no píer de líquidos e dois novos berços para o segmento.
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A área denominada PAR50 tem aproximadamente 85 mil metros quadrados, e atualmente conta com 18 tanques verticais já instalados e capacidade total de aproximadamente 70.181 m³, além de sistemas de tubulações, bombeamento, áreas administrativas e de utilidades.
Período de concessão
O novo contrato de arrendamento é para um período de 25 anos. A previsão é que com o novo investimento sejam criados mais de 300 empregos diretos e indiretos. Entre os investimentos previstos, estão novas linhas de dutos, tancagem adicional, a expansão do píer atual com dois novos berços de atracação, ponte de acesso, estação de carregamento de caminhões, entre outros.
“Acreditamos muito no potencial dos portos de Paranaguá e Antonina. Tanto que hoje, aqui, fazemos nosso segundo investimento”, afirmou o diretor da FTS Group, Alex Ávila. Ainda de acordo com o diretor, o grupo ganhador, que arrematou também, em 2022, a PAR32, destinada à Carga Geral, o objetivo é diversificar a atividade no segmento portuário.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, ressaltou que apesar do leilão ter tido apenas uma proposta, esta já foi bem superior ao valor inicial de outorga, de R$ 1, e significa regularização de mais uma área portuária e mais oportunidade de investimento nos portos paranaenses. “Esse momento é resultado do empenho do governador Ratinho Junior e da dedicação de todo o nosso time da Portos do Paraná e ao trabalho em parceria da Infra SA que nos ajudou com os estudos da área”, afirmou.
Segundo ele, esse processo para a licitação da PAR50 teve início com estudos em 2020. Após várias etapas vencidas, ao longo dos últimos três anos, mais uma conquista chega com o leilão da área. “Temos um grande potencial, com mais essa perspectiva de investimento. Esse foi apenas o primeiro leilão de 2023. Outros estão por vir ainda neste ano e, quem sabe, até a nossa concessão do canal de acesso se entenderem como adequado”, completou Garcia.
“São grandes projetos que fazem do Paraná cada vez mais uma potência eficiente e que atende, sempre com muita qualidade, os clientes e a comunidade portuária”, arrematou.
Outros leilões
Este já é o terceiro leilão conduzido pela Portos do Paraná desde que o Estado passou a ter autonomia para administrar contratos de exploração de áreas portuárias. Acompanharam o certame o representante do ministro de Portos e Aeroportos, o secretário executivo da pasta, Roberto Gusmão, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Eduardo Nery, e o secretário nacional de Portos, Frabrízio Pierdomenico.
Desde o segundo semestre de 2019, com a aquisição da autonomia na gestão, o porto recebe os valores dos lances vencedores, que antes iam para o governo federal.
Nos últimos quatro anos, além da PAR50, foram outras três áreas leiloadas: a PAR01 (com CAPEX de R$ 87 milhões), a última a ir a leilão antes da autonomia na gestão, hoje já opera o novo terminal dedicado à celulose, da Klabin; a PAR12 (R$ 22 milhões), já sob responsabilidade da Portos do Paraná, é onde hoje a empresa Ascensus conclui a construção de um pátio para armazenagem de até 4 mil veículos; e a PAR32 (R$ 4,17 milhões), também no cais, é dedicada à movimentação de carga geral, em fase de assinatura do contrato com o grupo FTS.
Em 2022, outras duas áreas – a PAR14 e a PAR15 – tiveram as consultas e audiência públicas realizadas. Essas estão com os processos em fases de análises das contribuições recebidas nas consultas e audiências públicas. As respostas serão publicadas nos sites da Portos do Paraná e da Antaq e, na sequência, o processo segue para o Tribunal de Contas da União (TCU).
A Portos do Paraná prepara, ainda, estudos sobre dois outros leilões. Com estudos mais avançados, a PAR03 será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente fertilizantes. A área tem 38 mil m² e engloba o pátio localizado em frente à sede administrativa da Portos do Paraná e o Terminal Público de Fertilizantes. O levantamento preliminar aponta a necessidade de investimentos mínimos de R$ 233 milhões, valor que ainda pode ser alterado. A PAR05 de cerca de 30 mil m² está com os estudos em fase inicial.