Acusado de matar Ailson Ortiz em briga de trânsito vai a júri nesta terça (28), em Cascavel
O júri popular de Elias da Silva Pires, de 51 anos, acusado de matar Ailson Augusto Ortiz, de 22, acontece nesta terça-feira (28), em Cascavel, no Oeste do Paraná. Ailson foi baleado após um desentendimento no trânsito, motivado por uma “fechada”, no dia 24 de março, no bairro Neva.
O julgamento será baseado principalmente em imagens de câmeras de segurança e não deve se estender. Elias, que está preso desde março, será julgado por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma de fogo. Sete jurados vão definir a pena do acusado.
O assistente de acusação, Lauri da Silva, que atua em auxílio a família de Ailson, acredita que a pena de Elias deve ultrapassar 20 anos. Já o advogado do réu, Verli Farias, sustenta a tese de que Elias agiu em legítima defesa.
“Percebe-se de todo ângulo que desde o primeiro momento, quando a vítima Ailson desce da moto e procura contato físico com o réu, a agressão veio da pessoa, da vítima. Diante desse fato, dessa agressão, eu não vejo outra causa se nao a legítima defesa do réu”,
destaca Farias.
Família de Ailson pede justiça
A mãe da vítima, Jucelaine Aparecida, diz que o julgamento é um passo importante na Justiça. Mas conta que o sentimento de saudade não vai mudar, independente da pena.
“Se ele [Elias] ficar preso, ele vai poder ver os filhos dele… E eu, vou poder ver meu filho onde?”,
lamenta Jucelaine.
Relembre o caso
A briga no trânsito aconteceu na manhã do dia 24 de março, no bairro Neva. Ailson estava em uma motocicleta e se envolveu em uma discussão com Elias, que dirigia um veículo Renault Fluence.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que os homens descem dos veículos e Ailson dá um soco em Elias. O homem saca uma arma e dispara ao menos três vezes contra Ailson, que cai na via e morre no local, antes da chegada da equipe médica. Após o crime, Elias embarcou no carro e fugiu.
Dois dias depois, na sexta-feira (26), o suspeito de disparar contra o jovem se apresentou à delegacia policial e foi detido. O homem não possui liberação para andar com a pistola calibre 380, utilizada na ação. Ainda foram encontradas outras três armas na casa do suspeito.