Jogador Daniel Correa e seu assassino, Edison Brittes. (Foto: Redes sociais)
Jogador Daniel Correa e seu assassino, Edison Brittes. (Foto: Redes sociais)
Sete réus serão julgados no caso da morte de Daniel Corrêa (Fotos: Redes Sociais)
Edison Brittes confessou ter matado o jogador Daniel (Foto: Polícia Civil)
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Cinco anos e cinco meses após o assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas, 24 anos, registrado em outubro de 2018, os sete réus acusados do crime vão a júri popular. Seis deles chegaram a ser presos pelo crime, mas a maioria responde em liberdade. Apenas Edison Brittes, réu confesso do homicídio, e Eduardo Henrique Ribeira da Silva permanecem na cadeia. Eduardo havia sido solto, mas foi detido novamente há 3 anos, por tráfico de drogas, em Foz do Iguaçu.
O júri está marcado para o próximo dia 18 de março. Sentam no banco dos réus Edison Brittes Júnior, a esposa, Cristiana Rodrigues Brittes, a filha, Allana Emilly Brittes, além dos amigos de Allana, David Willian Vollero Silva, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King e Evellyn Brisola Perusso.
Veja a linha do tempo de todo o caso Daniel Corrêa e família Brittes:
Outubro de 2017
17 anos
O jogador Daniel Corrêa Freitas participa do aniversário de 17 anos de Allana Brittes.
26/10/2018
São Paulo – Curitiba
Daniel viaja à capital paranaense para participar do aniversário de 18 anos de Allana.
26/10/2018 – Aniversário de Allana Brittes
Aniversário na balada
A jovem Allana Brittes comemorou o aniversário de 18 anos com uma grande festa em uma balada sertaneja em Curitiba. Além dos amigos, os pais da jovem, Cristiana e Edison Brittes, estavam na festa. Entre os convidados estava o jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, 24 anos. A festa transcorreu sem problemas e acabou de madrugada.
27/10/2018 – São José dos Pinhais
After
Depois da festa, já com o dia amanhecendo, a aniversariante e alguns amigos decidiram continuar as comemorações na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, e Daniel foi junto.
O estopim
Foto na cama
Durante a comemoração na casa, Cristiana Brittes foi dormir. Daniel foi até o quarto e se deitou na cama com a mulher. Ainda, fez uma foto com ela dormindo e mandou aos amigos em um grupo de WhatsApp.
Início das agressões
Flagra
Em vídeo gravado pela defesa da época, Edison relatou que teria encontrado a porta do quarto de Cristiana trancada e arrombou para entrar. Ele disse que encontrou Daniel com Cristiana e começou a agredir o jogador, que estava bastante alcoolizado. Depois, Daniel foi colocado no porta-malas de um carro e levado até um matagal em São José dos Pinhais. Conforme as investigações, David Vollero, Eduardo Henrique da Silva e Ygor King acompanharam Edison no trajeto. Antes de sair, Edison pegou uma faca.
Pênis decepado
Colônia Mergulhão
Não muito longe da casa da família Brittes, Edison encontrou um matagal ermo. Ele relatou que pediu a ajuda dos outros suspeitos para retirar Daniel do porta-malas. No local, Daniel teve o pescoço cortado com a faca e o pênis decepado. O órgão genital foi encontrado enroscado em um galho de árvore. Edison afirmou na época que, apesar dos rapazes terem ido com ele até lá, ele que matou Daniel.
Telefonema – 27/10/18
“Teatro”
A mãe de Daniel Corrêa telefonou para Allana Brittes, preocupada, porque o filho não respondia mensagens e ligações. Allana afirmou que ele esteve na festa, que transcorreu tudo bem e que, depois, Daniel saiu sozinho da casa dela.
27/10/2018 – 11h
Corpo localizado
Horas depois do after, um morador da Colônia Mergulhão localizou um corpo de um homem. Ele viu sangue na estrada, seguiu o rastro até o mato e se deparou com o corpo. O morador chamou a polícia.
Limpeza e almoço
Sangue na casa
Na casa, enquanto Edison estava no matagal, a residência foi limpa com a ajuda de Evellyn. Ela relatou que ainda teve que fazer almoço, um strogonoff, antes de ir embora.
Dia 27/10 à tarde
Reconhecimento no IML e nota do São Paulo FC
Com o sumiço do jogador, amigos e familiares começaram a procurar por ele em hospitais. No Instituto Médico Legal (IML), um primo do jogador o reconheceu, morto. Pouco depois, o São Paulo emitiu uma nota confirmando a morte de Daniel. A Polícia Civil começou a investigar o assassinato.
Pêsames
Celular de um homem morto
Neste mesmo dia, Edison Luiz Brittes Júnior, pai de Allana, telefonou à mãe do jogador Daniel para das os pêsames e oferecer ajuda. Dias depois, a Polícia Civil descobriu que a ligação foi feita do celular de um homem assassinado em 2016, também em São José dos Pinhais. Isso acendeu o alerta para o promotor João Milton Sales.
29/10/2018
Reunião no shopping
Edison convocou uma reunião na praça de alimentação de um shopping, com as pessoas que estiveram na casa no momento do crime. Para isso, Allana teria mandado uma mensagem de seu celular, escrito: “quero convidar você para a minha festinha. Da semana que vem. Lá no shopping. Ai comeremos algo”. A intenção era discutir um álibi. No local, segundo as investigações, Edison teria feito ameaças para que ninguém contasse o que houve.
Sepultamento
Adeus
Daniel foi sepultado em Conselheiro Laffayete, em Minas Gerais, onde a família dele morava.
31/10/2018
Assistência técnica de celulares
Edison e Cristiana foram a uma assistência técnica de celulares, solicitando um conserto no aparelho de Cristiana, que segundo o relato dela, apresentava defeito. A lojista contou que a mulher estava muito abatida e se reservou a falar estritamente sobre o aparelho. O celular teve que ficar na loja, para ser pego outro dia. Nesse meio tempo, as notícias de que os Brittes eram suspeitos do crime se espalhou. A lojista reconheceu as imagens do casal na TV e chamou a polícia, para entregar o aparelho, com receio de que houvesse alguma prova ali e o conserto apagasse qualquer prova. Acredita-se que o real motivo deles estarem ali seria a formatação do aparelho. O celular foi entregue à polícia dia 5 de novembro.
31/10/2018
Testemunha chave
Uma das pessoas que estava na casa dos Brittes durante o “after” decidiu contar à polícia tudo o que viu. Ele foi espontaneamente à delegacia. Depois disso, afirma que passou a ser ameaçado.
01/11/2018
Edison é preso
Edison se entregou à polícia e confessou o crime.
02/11/2018
Perícia na casa
Polícia Científica foi à casa da família Brittes realizar uma perícia. Havia manchas de sangue no piso, paredes e no carro de Edison, além dos sinais de tentativas de limpeza do sangue.
Allana e Cristiana presas
Atrás das grades
O delegado Amadeu Trevisan, que conduzia as investigações na época, decidiu prender mãe e filha. No entender dele, as duas “não fizeram nada para conter as agressões contra Daniel. Ou, ainda, ns denunciaram o crime”.
05/11/2018
Allana e Cristiana prestam depoimento
Allana Brites foi interrogada e, entre outras coisas, contou que foi recomendada pelo pai a dizer à mãe do jogador que, depois do after, Daniel saiu da casa da família sozinho, e que não sabia para onde ele tinha ido. Já Cristiana relatou que bebeu na casa noturna e, quando chegou em casa, foi dormir. Acordou com Daniel deitado na cama com ela. Então começou a gritar. Foi quando Edison entrou no quarto e começou a agredir muito o jogador.
06/11/2018
Bêbado
Laudo aponta que Daniel estava bastante alcoolizado, com 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue. Ele não tinha usado outras drogas. Especialistas disseram na época que, com essa concentração de álcool, seria impossível Daniel ter tido ereção, como afirmou Cristiana, muito menos que conseguisse estuprar alguém.
07/11/2024
Interrogatório
Edison foi interrogado formalmente e contou a sua versão sobre o que aconteceu na casa. Disse que queria defender a honra de sua esposa e das mulheres da casa.
Prisão
Participação no crime
Eduardo Henrique da Silva, David Willian e Ygor King foram presos, pela suspeita de participar do assassinato, por estarem no carro junto com Edison.
12/11/2024
Depoimento
Eduardo Henrique da Silva prestou depoimento em 12 de novembro. Disse que saíram da casa dos Brittes com Edison tendo a intenção de decepar Daniel e abandoná-lo. Eduardo afirmou que não participaria disso se soubesse que Daniel seria morto.
09/11/2018
Ficaram no carro
David Willian e Ygor King também prestaram depoimento à polícia. Confirmaram que estiveram no carro junto com Edison e Eduardo, porém não saíram do veículo. Apenas Edison e Eduardo saíram do carro e teriam cometido o crime na Colônia Mergulhão, segundo o relato deles. Edison ainda teria trocado as roupas sujas de sangue e as abandonado em um riacho.
15/11/2018
Gêmeo
Eduardo Purkote Chiuratto, um dos gêmeos idênticos que estavam na casa dos Brittes foi preso. Ele foi tido como suspeito de quebrar o celular do jogador, arrombar a porta do quarto de Cristiana, agredido o jogador dentro e fora da casa e também pego a faca na cozinha da casa. Mais tarde, acabou saindo do rol de suspeitos.
21/11/2018
Inquérito concluído
Mesmo faltando alguns laudos do IML no inquérito, o delegado Amadeu Trevisan concluiu a investigação, afirmando que havia provas, robustas suficientes. E que os laudos, quando chegassem, apenas confirmariam os levantamentos. Sete pessoas foram indiciadas.
22/11/2018
Causa da morte
Um laudo do IML revelou detalhes importantes para a polícia esclarecer quem participou do crime. Primeiramente, o laudo revelou que Daniel morreu pela degola parcial. Segundo, havia marcas no corpo demonstrando que ele foi arrastado por mais de uma pessoa do carro até o local onde o cadáver foi localizado. Depois disso, Eduardo confessou que ajudou a arrastar o corpo, mas que não matou o atleta. O laudo só não foi conclusivo em relação ao decepamento do pênis, se ocorreu antes ou depois de Daniel morrer pela degola.
27/11/2018
Denúncia
Ministério Público ofereceu denúncia contra os sete indicados no inquérito.
Cristiana, Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian têm a prisão preventiva revogada. Eles passam a responder ao processo em liberdade.
15 a 17/08/2019
Audiências de instrução e julgamento
A juíza Luciani Regina de Paula passou a ouvir todas as testemunhas e réus do caso.
28/02/2020
Sentença de pronúncia
Justiça pronunciou os sete réus para irem a júri popular.
Crimes
Veja os crimes que cada um responde:
Edison Brittes Júnior
Homicídio triplamente qualificado: (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) Ocultação do cadáver Fraude Processual Corrupção de menor Coação do curso do processo
Cristiana Rodrigues Brittes
Fraude Processual Corrupção de menor Coação do curso do processo
Allana Emilly Brittes
Fraude Processual Corrupção de menor Coação do curso do processo
David Willian Vollero Silva
Homicídio triplamente qualificado: (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) Ocultação do cadáver Fraude Processual
Eduardo Henrique Ribeiro da Silva
Homicídio triplamente qualificado: (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) Ocultação do cadáver Fraude Processual Corrupção de menor
Ygor King
Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) Ocultação do cadáver Fraude Processual
Evellyn Brisola Perusso
Fraude processual
Fevereiro 2023
Renúncia
O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que vinha defendendo a família Brittes desde o início, renunciou à defesa dos réus.
Quatro juízes
Mudança
Quatro juízes já passaram pelo processo do caso Daniel Corrêa. A juíza Luciani Regina Martins de Paula, que acompanhou o processo desde o início, pediu afastamento do caso em junho de 2022. Ela declarou-se impedida para atuar “por motivos de foro íntimo”. Igualmente fez o juiz substituto, Diego Paolo Barausse.
Depois, foi nomeado o juiz Takao Toda, que também pediu afastamento do processo. Em seguida, entrou Guilherme Moraes Nieto. Por último, foi nomeado o juiz Thiago Flôres Carvalho.
03/02/2024
Júri popular
Justiça marcou o júri dos sete réus do caso para 18 de março de 2024.
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