Caso Daniel: somadas, penas da família Brittes chegam a 50 anos de prisão
O Tribunal do Júri condenou os três réus membros da família Brittes, acusados de envolvimento na morte do jogador Daniel Corrêa a mais de 50 anos de prisão, quando somadas. O julgamento aconteceu em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Edison Brittes, réu confesso do crime, foi condenado a 42 anos, 5 meses e 24 dias de reclusão, 2 anos 1 mês de detenção e o pagamento de 1397 dias/multa, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual, corrupção de menor, coação no curso do processo e ocultação de cadáver.
Cristiana Brittes foi condenada a 6 meses detenção e um ano de reclusão, além do pagamento de 20 dias multa pelos crimes de fraude processual e corrupção de menor. Ela foi absolvida das acusações de homicídio qualificado e coação no curso do processo.
Além disso, Alana Brittes foi condenada pelo júri por fraude processual, corrupção de menor, coação no curso do processo a 6 anos, 5 meses e 6 dias de prisão, além de 9 meses de detenção e 240 dias/multa.
Defesa dos Brittes vai recorrer da decisão
A defesa da família Brittes informou através de nota que vai buscar anulação do júri que culminou na condenação dos três réus. Segundo os advogados “diversas nulidades ocorridas no curso do julgamento” podem servir de embasamento para a revisão do cálculo da pena aplicada ao acusado Edison Brittes.
Outro ponto levantado pela defesa é que a pena aplicada para Alana Brittes teria sido “exagerada”, não deveria autorizar a prisão da filha do casal Edison e Cristiana Brittes.
Júri do Caso Daniel absolve quatro réus
Além da família Brittes, o júri julgou David Willian Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Evellyn Brisola Perusso e absolveu os acusados.
O julgamento do caso Daniel durou três dias. O primeiro dia do júri durou aproximadamente 14 horas e o segundo 11 horas. Nesta quarta-feira (20), o julgamento começou às 09h04.
Como foi o júri da morte do jogador Daniel
O julgamento dos sete réus envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa começou na manhã de segunda-feira (20), no fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O primeiro dia foi marcado pela oitiva de testemunhas e pelos depoimentos de Edison e Cristiana Brittes. Os réus apresentaram detalhes da manhã do dia 27 de outubro de 2018, que terminou com a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas.
Ao todo foram ouvidas 13 testemunhas, sendo duas sigilosas por parte da acusação. Os outros 11 participantes do julgamento foram convocados pelas equipes de defesa e a maioria tinha relação ou parentesco com a família Brittes. Também prestaram depoimentos familiares de outros réus, como a mãe de Evellyn Perusso, o pai de Igor King, e um segurança da casa noturna onde foi realizada a festa de Allana Brittes.
Neste primeiro dia foram realizados os depoimentos de Cristiana Brittes e Edison Brittes, respectivamente. Cristiana falou ao tribunal por aproximadamente uma hora, enquanto que Edison ficou uma hora e 15 minutos prestando depoimento.
Allana Brittes e outros quatro réus são ouvidos no 2º dia de júri do caso Daniel
O segundo dia de julgamento do Caso Daniel durou aproximadamente 11 horas na última terça-feira (19). Foram ouvidos Allana Brittes, David Willian Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Evellyn Brisola Perusso.
Em seu depoimento neste segundo dia de julgamento, Allana Brittes, ré do caso Daniel, falou sobre o momento em que viu o pai, Edison Brittes, segurar o jogador pelo pescoço, antes da morte.
A filha de Cristiana e Edison, revelou que estava no quarto e que ouviu um “desce, desce, desce tem um cara no quarto da sua mãe”.
“A hora que eu encontrei minha mãe ela tava no pé da escada chorando. Eu perguntei o que houve e ela disse que não sabia e estava dormindo. Ela só pedia ajuda”, descreveu Allana.
Clima fica quente no terceiro dia do julgamento
A equipe de acusação iniciou o terceiro dia de julgamento do Caso Daniel, nesta quarta-feira (20), com o direito de fala na réplica dos debates. Durante uma hora, o promotor João Milton Salles e o advogado Nilton Ribeiro apresentaram vídeos que mostram situações que contradizem os depoimentos prestados pelos réus.
Em uma das imagens exibidas no telão, câmeras da casa noturna mostram os convidados de Allana Brittes no interior da balada e depois na parte externa, onde aparece o jogador Daniel entrando em um carro de aplicativo.
Na câmera da parte interna, no camarote da família Brittes, uma cena frisa o momento em que Cristiana Brittes vira para atrás e, supostamente, beija um homem. O promotor Salles destaca que “se fosse o inverso o homem seria um assediador. A vítima do assédio se retirou, foi embora”.
Juiz ameaça seguir júri da morte do jogador Daniel com portas fechadas
O juiz Thiago Flôres, responsável pelo julgamento do Caso Daniel, ameaçou esvaziar o Tribunal de São José dos Pinhais, no início da tarde desta quarta-feira (20) após o público aplaudir um debate entre o promotor e os advogados de defesa dos réus.
O magistrado alegou que o processo não “pode ter torcida organizada”, e ameaçou colocar para o fora do Fórum aquele que aplaudir novamente. “Isso aqui não é Athletiba […] Ou eu esvazio esse plenário ou coloco para fora”, diz incisivamente.
Os aplausos da platéia vieram depois que a advogada Pozzebon saiu em defesa dos advogados após o promotor Rodrigo Faucz dizer que “quem paga o meu salário são os senhores, não é dinheiro de receptação de drogas e nem do tráfico”.
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