Caso Maritza: começa 2º dia de julgamento de delegado; confira detalhes
Primeiro dia de júri popular teve sorteio dos jurados e depoimento de três testemunhas arroladas pela acusação; policial ficou mais de 6 horas sendo ouvida
O julgamento do delegado Erik Busseti, acusado de matar a esposa Maritza Guimarães de Souza e a enteada Ana Carolina de Souza, entra no segundo dia nesta terça-feira (2), em Curitiba. Por volta das 9h, o réu chegou ao Tribunal do Júri em uma viatura da Polícia Penal e tentou se esconder na entrada do plenário.
Nesta terça-feira (2), a expectativa é que sejam ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa. Antes do início da sessão, familiares e amigos da família de Maritza e da Ana Carolina levaram faixas em forma de protesto. A enteada morta em março de 2020 completaria 21 anos nesta terça.
Caso Maritza: primeiro dia de julgamento
O júri do delegado Erik Busseti começou por volta das 10h desta segunda-feira (1º). O réu chegou em uma viatura e acompanhou a sessão dentro do tribunal, sem o uniforme do sistema prisional do Paraná.
No sorteio dos jurados, foram definidos cinco homens e duas mulheres para formar a bancada que definirá pela absolvição ou pela condenação do réu. No primeiro dia, que durou cerca de 10h30, foram ouvidas três testemunhas arroladas pela acusação.
A primeira testemunha foi uma escrivã da Polícia Civil, responsável por analisar as imagens das câmeras de segurança da casa e por montar o relatório das apreensões. Esta é a única autoridade policial arrolada no processo. O depoimento começou por volta das 11h50 e só foi finalizado próximo das 18h.
A equipe de defesa do réu realizou diversas perguntas e insistiu em alguns questionamentos. Após a conclusão do depoimento, outras duas testemunhas foram ouvidas – um homem e uma mulher.
As testemunhas eram vizinhas de Erik e Maritza e contaram um pouco sobre a rotina do casal. Nos depoimentos, que foram mais rápidos, as testemunhas relataram que não presenciaram muitas brigas entre o réu e a esposa.
O primeiro dia de júri foi encerrado às 20h40 desta segunda-feira (1º). A expectativa é que o julgamento seja concluído até a próxima quarta-feira (3).
Caso Maritza: relembre o crime
O crime aconteceu em 4 de março de 2020. Conforme as investigações, após cerca de dez anos de união, Erik e Maritza estavam em processo de separação, mas o marido não aceitava a situação. O delegado e a policial ainda moravam juntos e, antes do fato, discutiram por pelo menos três horas.
A polícia também verificou que Maritza tentou fazer as malas, indicando que sairia de casa. Após a mulher ir para a saída da residência, Erik bateu na porta do quarto de Ana, e logo após a adolescente abrir é agredida com chutes e tapas. Maritza volta para tentar defender a filha e neste momento as duas são baleadas e caem abraçadas no chão.
A ação aconteceu enquanto a filha do casal, de 9 anos, dormia em outro cômodo. Depois, Busetti deixou a criança com uma vizinha e pediu que a filha ligasse para a Polícia Militar. A equipe do Siate encontrou as vítimas sem vida no local do crime e Erik foi preso em flagrante.
Erik ficou em silêncio no interrogatório, mas, segundo as investigações, confessou o crime em conversas anteriores com policiais militares. Ele foi autuado por duplo feminicídio e levado ao Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde segue preso até hoje. Dias depois, Erik foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por duplo feminicídio.
Em 23 de março de 2020, a denúncia foi recebida pela Justiça, e ele se tornou réu. Em 8 de outubro, a 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central da Comarca da RMC determinou que Erik fosse levado a júri popular, sem direito a recorrer e aguardar julgamento em liberdade. Erick responde preso desde a data do fato.
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