Caso Maritza: delegado chega em viatura para interrogatório no 4º dia de júri

Delegado Erik Busseti deve prestar depoimento e responder questionamentos nesta quinta-feira (4); expectativa é que júri popular termine no período da tarde

por Guilherme Becker
com informações da RICtv
Publicado em 4 jul 2024, às 09h37.
POST 5 DE 9

O delegado Erik Busseti, acusado de matar a esposa Maritza Guimarães de Souza e a enteada Ana Carolina de Souza, chegou para o quarto dia de júri popular na manhã desta quinta-feira (4). Em uma viatura da Polícia Penal do Paraná, o réu desceu do camburão por volta das 8h30.

Delegado Erik Busseti chega para quarto dia de júri
Delegado Erik Busseti chega para quarto dia de júri (Foto: Leonardo Gomes/ RICtv)

Logo após acessar a parte interna do Tribunal do Júri, o réu deve trocar o uniforme do sistema prisional do Paraná por uma roupa à paisana, como fez nos três primeiros dias de júri. O quarto dia de julgamento deve começar com o depoimento do réu, após a finalização da etapa de testemunhas.

O réu deve relatar as ocorrências do dia 4 de março de 2020, quando Maritza e Ana Carolina foram assassinadas a tiros. Erik Busseti deve ser interrogado pelos advogados de acusação e defesa.

Na sequência, as partes devem realizar a etapa de debates e depois os jurados definir pela condenação ou pela absolvição. Confira o momento da chegada do réu no Tribunal do Júri:

Delegado Erik Busseti chega para quarto dia de julgamento, em Curitiba (Vídeo: Leonardo Gomes/ RICtv)

Primeiros dias de júri do delegado

Os três primeiros dias de julgamento do delegado Erik Busseti foram marcados pelos depoimentos das testemunhas e vários questionamentos por parte das equipes de advogados, tanto de acusação como de defesa. 

Na segunda-feira (2), primeiro dia de julgamento, foi realizado o sorteio dos jurados, que definiu cinco homens e duas mulheres. Na sequência, após leitura do caso, foram ouvidas três testemunhas arroladas pela acusação.  

A primeira testemunha foi uma escrivã da Polícia Civil, responsável por analisar as imagens das câmeras de segurança da casa e por montar o relatório das apreensões. Esta é a única autoridade policial arrolada no processo. O depoimento começou por volta das 11h50 e só foi finalizado próximo das 18h. 

Delegado Erik Busseti senta no banco dos réus para segundo dia de julgamento
Delegado Erik Busseti senta no banco dos réus para segundo dia de julgamento (Foto: William Bittar/ RICtv)

A equipe de defesa do réu realizou diversas perguntas e insistiu em alguns questionamentos. Após a conclusão do depoimento, outras duas testemunhas foram ouvidas – um homem e uma mulher. 

As testemunhas eram vizinhas de Erik e Maritza e contaram um pouco sobre a rotina do casal. Nos depoimentos, que foram mais rápidos, as testemunhas relataram que não presenciaram muitas brigas entre o réu e a esposa.

Já na terça-feira (2), segundo dia de júri, foram ouvidas quatro testemunhas arroladas pela equipe de defesa. Familiares de Maritza e Ana Carolina estiveram em frente ao Tribunal do Júri e levaram faixas de protesto. Em uma das faixas, os parentes lembraram que Ana Carolina completaria 21 anos naquele dia.

Familiares e amigos de Maritza e Ana Carolina protestam em frente ao Tribunal do Júri
Familiares e amigos de Maritza e Ana Carolina protestam em frente ao Tribunal do Júri (Foto: William Bittar/ RICtv)

No terceiro dia de júri, nesta quarta-feira (3), foram ouvidas mais três testemunhas de defesa e uma foi dispensada. Entre as testemunhas estavam o irmão do delegado, Maurício Wermelinger Busetti, o médico psiquiatra Hewdy Lobo e a perita judicial Jussara Joekel. Leocadio Casanova, especialista em inteligência pericial, foi dispensado.

Caso Maritza: relembre o crime 

O crime aconteceu em 4 de março de 2020. Conforme as investigações, após cerca de dez anos de união, Erik e Maritza estavam em processo de separação, mas o marido não aceitava a situação. O delegado e a policial ainda moravam juntos e, antes do fato, discutiram por pelo menos três horas.

A polícia também verificou que Maritza tentou fazer as malas, indicando que sairia de casa. Após a mulher ir para a saída da residência, Erik bateu na porta do quarto de Ana, e logo após a adolescente abrir é agredida com chutes e tapas. Maritza volta para tentar defender a filha e neste momento as duas são baleadas e caem abraçadas no chão.

Erik Busseti é acusado de matar a esposa Maritza e a enteada Ana Carolina
Erik Busseti é acusado de matar a esposa Maritza e a enteada Ana Carolina (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

A ação aconteceu enquanto a filha do casal, de 9 anos, dormia em outro cômodo. Depois, Busetti deixou a criança com uma vizinha e pediu que a filha ligasse para a Polícia Militar. A equipe do Siate encontrou as vítimas sem vida no local do crime e Erik foi preso em flagrante.

Erik ficou em silêncio no interrogatório, mas, segundo as investigações, confessou o crime em conversas anteriores com policiais militares. Ele foi autuado por duplo feminicídio e levado ao Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde segue preso até hoje. Dias depois, Erik foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por duplo feminicídio.

Em 23 de março de 2020, a denúncia foi recebida pela Justiça, e ele se tornou réu. Em 8 de outubro, a 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central da Comarca da RMC determinou que Erik fosse levado a júri popular, sem direito a recorrer e aguardar julgamento em liberdade. Erick responde preso desde a data do fato.

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