Caso Maritza: júri de delegado chega ao 3º dia; confira passos finais
Delegado Erik Busseti chegou ao Tribunal do Júri algemado e deve falar durante a sessão desta quarta-feira (3)
O júri do delegado Erik Busseti, acusado de matar a esposa Maritza Guimarães de Souza e a enteada Ana Carolina de Souza, entra no terceiro dia nesta quarta-feira (3), em Curitiba. Para esta tarde existe a expectativa do final das testemunhas e com isso o depoimento do réu.
O delegado Erik Busseti chegou por volta das 9h no Tribunal do Júri, novamente algemado e com uniforme do sistema penitenciário do Paraná. Desta vez o réu nem tentou esconder o rosto ao descer da viatura da Polícia Penal e caminhou tranquilamente até o plenário.
Para este terceiro dia de julgamento são esperadas mais quatro testemunhas de defesa e na sequência o interrogatório do réu. A previsão é que o júri termine nesta quinta-feira (4).
Primeiros dias de julgamento do caso Maritza
Os dois primeiros dias de julgamento do delegado Erik Busseti foram marcados pelos depoimentos das testemunhas e vários questionamentos por parte das equipes de advogados, tanto de acusação como de defesa.
Na segunda-feira (2), primeiro dia de julgamento, foi realizado o sorteio dos jurados, que definiu cinco homens e duas mulheres. Na sequência, após leitura do caso, foram ouvidas três testemunhas arroladas pela acusação.
A primeira testemunha foi uma escrivã da Polícia Civil, responsável por analisar as imagens das câmeras de segurança da casa e por montar o relatório das apreensões. Esta é a única autoridade policial arrolada no processo. O depoimento começou por volta das 11h50 e só foi finalizado próximo das 18h.
A equipe de defesa do réu realizou diversas perguntas e insistiu em alguns questionamentos. Após a conclusão do depoimento, outras duas testemunhas foram ouvidas – um homem e uma mulher.
As testemunhas eram vizinhas de Erik e Maritza e contaram um pouco sobre a rotina do casal. Nos depoimentos, que foram mais rápidos, as testemunhas relataram que não presenciaram muitas brigas entre o réu e a esposa.
Já nesta terça-feira (2), segundo dia de júri, foram ouvidas quatro testemunhas arroladas pela equipe de defesa. Familiares de Maritza e Ana Carolina estiveram em frente ao Tribunal do Júri e levaram faixas de protesto. Em uma das faixas, os parentes lembraram que Ana Carolina completaria 21 anos naquele dia.
Caso Maritza: relembre o crime
O crime aconteceu em 4 de março de 2020. Conforme as investigações, após cerca de dez anos de união, Erik e Maritza estavam em processo de separação, mas o marido não aceitava a situação. O delegado e a policial ainda moravam juntos e, antes do fato, discutiram por pelo menos três horas.
A polícia também verificou que Maritza tentou fazer as malas, indicando que sairia de casa. Após a mulher ir para a saída da residência, Erik bateu na porta do quarto de Ana, e logo após a adolescente abrir é agredida com chutes e tapas. Maritza volta para tentar defender a filha e neste momento as duas são baleadas e caem abraçadas no chão.
A ação aconteceu enquanto a filha do casal, de 9 anos, dormia em outro cômodo. Depois, Busetti deixou a criança com uma vizinha e pediu que a filha ligasse para a Polícia Militar. A equipe do Siate encontrou as vítimas sem vida no local do crime e Erik foi preso em flagrante.
Erik ficou em silêncio no interrogatório, mas, segundo as investigações, confessou o crime em conversas anteriores com policiais militares. Ele foi autuado por duplo feminicídio e levado ao Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde segue preso até hoje. Dias depois, Erik foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por duplo feminicídio.
Em 23 de março de 2020, a denúncia foi recebida pela Justiça, e ele se tornou réu. Em 8 de outubro, a 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central da Comarca da RMC determinou que Erik fosse levado a júri popular, sem direito a recorrer e aguardar julgamento em liberdade. Erick responde preso desde a data do fato.
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