Caso Melissa: julgamento é remarcado pela terceira vez; entenda
Pela terceira vez o júri dos cinco acusados de envolvimento na morte da psicóloga Melissa de Almeida Araújo terá que ser adiado. O tribunal deveria acontecer hoje em Curitiba, no entanto, desta vez a confirmação de um dos advogados para Covid-19, impossibilitou que o julgamento fosse realizado. A decisão foi proferida pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Segundo a Justiça Federal, uma nova data será remarcada. O advogado que testou positivo faz parte da equipe que defende o acusado Roberto Soriano.
A magistrada ainda negou o pedido feito pela defesa do acusado Edy Carlos da revogação da prisão preventiva.
“Infelizmente estamos alheios às consequências da pandemia da Covid. Durante o fim de semana nosso time de advogados se reuniu para estudar o caso e um colega realizou o teste e deu positivo. Desta maneira, por uma questão médica, pedimos o adiamento do julgamento.”
Cláudio Dalledone – advogado
Adiamentos
Em agosto de 2021 o julgamento chegou a ser iniciado, mas foi anulado pela juíza na última etapa, na fase de alegações finais, depois que os procuradores do Ministério Público Federal durante a sustentação, apresentaram documentos inéditos aos jurados infringindo o artigo 479 do Código Penal.
Em Dezembro de 2021, o julgamento precisou ser remarcado novamente. Na época, a mudança da data foi um pedido feito pela defesa de um dos acusados por incompatibilidade de agenda.
Crime e motivação
A psicóloga Melissa de Almeida Araújo tinha 37 anos e foi assassinada quando chegava em casa, acompanhada do marido, um policial civil, e do filho, na época com 10 meses, no dia 25 de maio de 2017.
Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, os atiradores seguiram a vítima e surpreenderam o casal. O marido da psicóloga conseguiu reagir e, mesmo ferido com vários disparos, matou um dos envolvidos. Já Melissa foi executada com dois tiros na face dentro da residência, para onde havia corrido. A criança não ficou ferida.
Melissa era psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas, também no oeste do Paraná, desde 2009 e, de acordo com a investigação, foi morta a mando da facção criminosa. O assassinato seria parte de uma ação do PCC para desestabilizar os sistemas prisionais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).
A organização considerava que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não aceitava a falta de regalias ilícitas para os detentos como, por exemplo, a entrada de celulares.
Melissa foi escolhida por ser considerada um alvo fácil. Antes dela, outros dois agentes penitenciários já haviam sido executados pela facção com o mesmo objetivo.
Veja quem são os acusados e por quais crimes respondem:
Edy Carlos Cazarim: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e também receptação dolosa e incêndio doloso.
Wellington Freitas da Rocha: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e receptação dolosa;
Elnatan Chagas de Carvalho: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito;
Roberto Soriano: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado;
Andressa Silva dos Santos: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.