Caso Piên: famílias de prefeito e de segurança esperam por Justiça: "muitos anos de sofrimento"
As famílias de Loir Dreveck, prefeito eleito de Piên, e do técnico de segurança Genésio Almeida, estão próximas de descobrir o desfecho do assassinato das vítimas. Com início às 8h30 desta terça-feira (21), o julgamento dos quatro acusados de envolvimento na morte dos dois homens deve encerrar um ciclo de dor e sofrimento que se arrasta desde 2016.
O júri popular será realizado no fórum de Rio Negro e a expectativa é de que seja o mais longo do ano no Paraná, já que conta com mais de 25 testemunhas, duas vítimas e quatro réus. A suspeita é de que o crime contra Loir Dreveck tenha motivação política e que Genésio Almeida tenha sido executado ao ser confundido com o então prefeito.
Sentam no banco dos réus Gilberto Dranka, o ex-prefeito de Piên – que foi prefeito por dois mandatos, de 2009 a 2012 e de 2012 a 2016 -, o presidente da Câmara Municipal de Piên na época, Leonides Maahs, o mecânico Orvandir Pedrini e Amilton Padilha. Gilberto e Leonides são apontados como mandantes do crime. Conforme as investigações, Amilton é suspeito de ser o atirador que matou Dreveck e Orvandir é suspeito de ser o intermediário. (Clique e veja o que dizem as defesas dos acusados).
As famílias de Loir e Genésio acompanham o processo desde o início das investigações, há quase seis anos, e afirmaram que esperam que a Justiça seja feita. “Esperamos com o julgamento encerrar esse ciclo doloroso de nossas vidas. […] Nós não queremos vingança, nós queremos apenas Justiça, para que outros crimes de pistolagem não ocorram, e que nosso município não seja conhecido como palco de dois crimes hediondos planejados e praticados com requintes de crueldade”, disse a irmã de Loir, Maria Rosilda Drevek.
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A esposa de Genésio contou sobre a dor de perder o marido de forma tão precoce e violenta.
“A expectativa é grande e com ela vem a ansiedade, porque foram muitos anos de sofrimento, quase seis anos, esperando esse grande momento. […] É impossível, ao meu ver, que essas pessoas não sejam condenadas pela barbárie que fizeram com o meu marido e com o prefeito Loir. É muito triste, somente quem perde dessa maneira tão bruta os seus entes queridos, é que sabe o que passa aqui dentro do nosso ser”,
desabafou a esposa de Genésio, Maria Pavarin.
Veja na íntegra:
Relembre o crime em Piên
Genésio Almeida, que era técnico em segurança, foi executado a tiros dentro do carro no dia 6 de dezembro de 2016. O homem transitava pela PR-420, com destino a São Bento do Sul, em Santa Catarina, quando foi baleado na cabeça nas proximidades do trevo de Trigolândia. Segundo a polícia, Genésio foi morto por engano, ao ser confundido com o prefeito Loir.
Dias depois, no dia 14 de dezembro de 2016, na mesma rodovia, o prefeito recém-eleito de Piên ia para Santa Catarina com as duas filhas e um motorista, quando um suspeito de moto emparelhou com o veículo ocupado pela vítima e fez os disparos. Loir foi atingido na cabeça, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital, em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, três dias depois.
Em 31 de janeiro, o ex-prefeito Gilberto Dranka foi preso em uma operação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Dranka ainda tentou se esconder no forro da casa durante a abordagem, mas foi localizado e preso. As investigações apontaram o envolvimento de Leonides Maahs, ex-presidente da Câmara Municipal de Piên, do mecânico Orvandir Pedrini, e de Amilton Padilha no crime.