Caso Renata Muggiati: Veja como foi o primeiro dia de júri de Raphael Suss

Publicado em 8 fev 2023, às 23h14. Atualizado às 23h45.

O primeiro dia do júri popular de Raphael Suss Marques, acusado de matar a fisiculturista Renata Muggiati, em Curitiba, em 2015, teve quatro testemunhas técnicas ouvidas, por parte da acusação, além de outras quatro testemunhas de defesa.

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A sessão iniciou pouco depois das 14h, no Tribunal do Júri em Curitiba. O corpo de jurados é composto por cinco mulheres e dois homens.

As quatro testemunhas de acusação ouvidas foram o perito criminal Jerry Cristian Gandin, o médico legista Wagner, a médica legista Mara Rejane Correa Segalla e o auxiliar de necropsia Obadias de Souza Lima Júnior. Todos trabalharam nos atendimentos iniciais do caso e depois da exumação do corpo de Renata.

Os quatro foram unânimes em atestar que a fisiculturista foi morta primeiro por estrangulamento e só depois foi jogada do 31º andar do prédio, já sem vida.

Entre as constatações dos peritos estava o pouco sangue de Renata encontrado na calçada, onde ela caiu, e também no balcão do 23.º andar do prédio, onde a fisiculturista bateu durante a queda e quebrou uma perna. Na versão dos peritos e médicos, isso é sinal que ela já estava sem batimentos cardíacos e por isso não havia tanto sangue ou esguicho na fachada, onde ela bateu no balcão.

Outras características do exame em Renata também apontam para morte por asfixia. Ela teve o osso do pescoço quebrado e também edema pulmonar, o que ocorre só quando há agonia no momento da morte. Tudo isso exclui a possibilidade de suicídio por parte de Renata e reforça a acusação de homicídio.

Testemunhas de defesa

Outras quatro testemunhas de defesa foram ouvidas. Entre eles estão o psicólogo Davi Sidnei Lima, que atende Rapahel desde 2014; o delegado Francisco Caricati, diretor do Complexo Médico Penal, onde Raphael está preso desde 2019; Ana Lucia de Siqueira Melo, ex-funcionária da clínica do médico entre 2013 e 2017; e a mãe de Raphael, Silvia Ribas Suss Marques.

Apesar do réu ter autorizado a quebra de sigilo profisisonal do seu psicólogo, o profissional não quis responder a algumas perguntas feitas a ele, como por exemplo, por qual motivo Raphael o procurou, se o paciente usava bebidas alcóolicas ou outras substâncias, etc.

O que o psicólogo revelou é que o relacionamento de Raphael e Renata não estava bem. Ele atendeu Renata por duas sessões e, a pedido de um deles, marcou uma sessão com os dois para auxiliar numa reconciliação. Mas o casal não apareceu. Disse também que Raphael parecia preocupado com a saúde mental da namorada, que estava em depressão.

Outra testemunha chamada pela defesa foi o delegado Francisco Caricati, na época diretor geral do Departamento Penitenciário. Uma das coisas mais relevantes ditas pelo delegado é que, num momento de crise do sistema penitenciário, chamou Raphael para atender alguns presos. O detento aceitou e isso ajudou o sistema de saúde penitenciário a não colapsar na época.

A mãe de Rapahel também foi ouvida e contou que o filho tinha ligado pra ela, logo após a morte de Renata, dizendo que ela tinha cometido suicídio. E que dias antes, apedido do filho, convenceu Renata a ir a um psiquiatra. Depois de uma hora de convencimento, Renata concordou. E pediu que Silvia entrasse junto com ela na consulta.

A defesa de Raphael tenta convencer o júri que o caso tratou-se de suicídio de Renata e que Raphael é inocente.

O primeiro dia encerrou às 23h e retorna às 9h desta quinta-feira (9). É esperado que mais três testemunhas sejam ouvidas, entre elas o pai de Raphael. Como está andando rápido, há a possibilidade do júri terminar ainda nesta quinta-feira (9), e não na sexta, como estava previsto.