Caso Sevilha: acusados de matar auditor-fiscal em Maringá vão a júri nesta quarta

Publicado em 5 out 2022, às 09h43. Atualizado às 09h44.

Os acusados de armar uma emboscada e matar o auditor-fiscal José Antonio Sevilha de Souza, em Maringá, em 2005, vão a júri popular na tarde desta quarta-feira (5), no Fórum da Justiça Federal da cidade. Segundo as investigações, um empresário, incomodado com a atuação do servidor público, encomendou a um homem a morte do auditor-fiscal, com um advogado atuando como intermediário. Os três sentam no banco dos réus.

Esta é a terceira tentativa de julgar os réus. Em agosto de 2019, o Conselho de Sentença foi dissolvido no sexto dia, após os advogados de dois dos três réus abandonarem o tribunal. Em março de 2020, o julgamento foi interrompido após cinco dias, quando um dos jurados apresentou problemas de saúde e ficou sem condições de seguir atuando no julgamento.

Serão levados a júri o empresário Marcos Oliveras Gottlieb, proprietário da empresa Gemini, fiscalizada à época por Sevilha, e apontado pelo Ministério Público Federal como o mandante do crime; Fernando Ranea da Costa, que seria o executor; e o advogado Moacyr Macedo Maurício, que teria aproximado os dois.

Entenda o caso

O auditor-fiscal da Receita Federal José Antonio Sevilha de Souza foi assassinado em Maringá, no dia 29 de setembro de 2005, há 17 anos, numa emboscada preparada pelos criminosos. Ao deixar a casa de sua mãe para buscar sua esposa que estava no hospital, após cirurgia, por volta das 20h, Sevilha foi alvejado por cinco tiros quando parou o carro para verificar um pneu murcho, esvaziado pelo bando.

Julgamento acontece na Justiça Federal de Maringá | Foto: Reprodução/RICtv

As investigações conduzidas pela Polícia Federal apontaram que o crime foi uma represália ao trabalho que o auditor-fiscal desempenhava como Chefe da Seção de Controle Aduaneiro da Receita Federal em Maringá. Sevilha investigava a empresa Gemini, uma das maiores importadoras de brinquedos do país, sediada em Maringá. Naquele mesmo ano, após a morte de Sevilha, a Receita Federal conduziu uma operação que resultou na interdição da empresa, acusada de sonegar tributos.

A investigação policial foi encerrada em 2007, quando o inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal, que solicitou novas diligências antes de efetuar a denúncia à Justiça Federal. As investigações efetuadas pela Polícia Federal levaram à conclusão de que a morte do auditor-fiscal foi encomendada por Gottlieb.

Além dos três réus que serão levados a júri, outras duas pessoas também foram indiciadas pelo crime: Wilson Rodrigues da Silva, nunca encontrado, e o ex-policial civil Jorge Luiz Talarico, morto em 2018 durante cumprimento de pena por outro crime em um presídio paulista. Antonio Sevilha tinha 45 anos e deixou mulher e três filhos.