Dalledone é condenado em processo sobre desvio de indenizações a pescadores

Condenado a pena de mais de 11 anos de prisão, criminalista poderá recorrer em liberdade, mas será obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica

Publicado em 5 jul 2024, às 13h37.

O advogado criminalista Claudio Dalledone Júnior foi condenado no processo que investiga um esquema que desviou recursos de indenizações a pescadores no litoral paranaense. A sentença da 1ª Vara Criminal de Paranaguá condenou o advogado a cumprir pena de pouco mais de 11 anos de prisão, mas o réu pode recorrer em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica. A defesa de Dalledone afirma que o criminalista “não tem, absolutamente, qualquer relação com os fatos investigados” e que, diante disso, irá recorrer da condenação.

O advogado criminalista Claudio Dalledone Júnior foi condenado no processo que investiga um esquema que desviou recursos de indenizações a pescadores no litoral paranaense. A sentença da 1ª Vara Criminal de Paranaguá condenou o advogado a cumprir pena de pouco mais de 11 anos de prisão, mas o réu pode recorrer em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Advogado criminalista recorrerá em liberdade da condenação (Foto: Redes Sociais)

A sentença expedida pelo juiz Leonardo Marcelo Mounic Lago condena o advogado por dois crimes distintos. A primeira condenação é por corrupção passiva, com pena de 4 anos, 1 mês e 23 dias de reclusão. Já a segunda pena aplicada é para lavagem de dinheiro, com pena de 7 anos de reclusão. Assim, as penas somam um total de 11 anos 1 mês e 23 dias de reclusão. Além disso, o juiz determinou o pagamento de multa no valor de R$ 14.238,00.

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O juiz fixou ainda “o regime inicial fechado para o início de cumprimento da pena”. No entanto, devido ao fato “de que o denunciado respondeu a todo o processo em liberdade e que não se vislumbram
motivos para a sua segregação cautelar, concedo ao réu o direito de recorrer em liberdade, caso assim deseje”, complementa a sentença judicial. Dessa forma, o criminalista permanecerá em liberdade até a análise do recurso, mas terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir algumas determinações legais, como permanecer em sua residência das 22h às 6h, entre outras.

Defesa questiona decisão judicial e afirma que advogado é inocente

A defesa de Claudio Dalledone Júnior se manifestou por meio de nota, em que afirma que o criminalista não tem nenhuma relação com os fatos denunciados e que ele apenas exerceu sua profissão ao defender um dos réus. Confira a nota na íntegra:

O advogado Claudio Dalledone Júnior manifesta total surpresa com o fato de estar incluído no rol da referida decisão já que ele não tem, absolutamente, qualquer relação com os fatos investigados. Dalledone apenas atuou como advogado de um dos envolvidos, profissão que exerce com retidão há mais de 30 anos. E tão somente isso. Dalledone está muito tranquilo e tem plena confiança que o Poder Judiciário do Paraná vai reverter esta decisão e trazer à tona a verdade sobre os fatos.”

Além de Dalledone, a Justiça condenou outros 13 réus do processo, com penas que variam de 4 anos, 1 mês e 23 dias de detenção a 22 anos, 11 meses e 14 dias de prisão. Todos eles poderão recorrer em liberdade.

Esquema teria fraudado a concessão de indenizações a pescadores afetados por desastres ambientais

De acordo com a decisão judicial, todos os condenados estariam envolvidos em um esquema fraudulento que desviou recursos de indenizações pagas pela Petrobras a centenas de pescadores prejudicados por dois acidentes ambientais ocorridos em 2001.

A investigação foi realizada pela 1.ª Promotoria de Paranaguá e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A denúncia apontou que os envolvidos repartiam o dinheiro que deveria ser entregue aos indenizados.

A chamada Operação Sarrafa chegou a prender oito pessoas ao longo das investigações. Agora os réus foram condenados pelo crimes de corrupção passiva, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.

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