Defesa de Jorge Guaranho fala sobre morte de guarda: "não existe intolerância política"
Os advogados de Jorge José da Rocha Guaranho, acusado da morte do guarda municipal, foram até à Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, para saber como está o andamento das investigações nesta quarta-feira (13). Para eles, o confronto armado, entre o policial penal e Marcelo Arruda, não foi motivado por política.
“ Nós temos certeza que não existe uma intolerância política. Apesar do Seo Guaranho ter um posicionamento de direita, ele não era uma pessoa extremamente voltada a política. Por isso a motivação política é totalmente descartada. Ele foi lá para fazer a ronda de rotina que era uma coisa habitual dos sócios e diretores, que é um local que acontecem furtos. Ele foi passar lá para fazer uma ronda e aconteceu essa fatalidade.”
Poliana Cardoso – advogada
Segundo os advogados, o guarda municipal, teria se irritado com a presença de Jorge, que não era convidado e teria ido lá apenas para fazer uma ronda. E que o confronto só aconteceu porque Marcelo jogou pedregulhos em Jorge.
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“As imagens são bastante claras, mas somente o Guaranho poderá esclarecer o que aconteceu no local. De acordo com a Advogada Poliana, minha colega, que acompanhou o depoimento da esposa, a Fran relatou que era uma rotina eles passarem por esse local, porque ele fazia parte do percurso no retorno para casa. E era comum passar pelo local, por conta dele ser ex-diretor e sócio atualmente.”
Cleverson Ortega – advogado
O que diz associação
Segundo o presidente da associação, Antônio Marcos Borges de Souza, Guaranho, não faz parte da diretoria da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), onde estava acontecendo a comemoração dos 50 anos do guarda. Ele pediu exoneração do cargo de secretário da diretoria, e saiu de sua função em dezembro de 2021.
A diretoria não sabe como ele teria ficado sabendo da comemoração do aniversário da vítima, fato que deve ser esclarecido na investigação policial.
“Ele era associado apenas. A princípio não tinha acesso às imagens, se tivesse, seria apenas pelo seu celular. A polícia está periciando o aparelho para ter as respostas.”
Antônio Marcos Borges de Souza – presidente associação
Na coletiva de segunda-feira (11) Thiago Lisboa, coordenador do Gaeco, informou que a investigação estava apurando o que o agente fazia no local e se fazia parte da diretoria, que o agente fazia no local e se fazia parte da diretoria, que tinha como hábito fazer rondas pelo local.
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“Vários pontos precisam ser esclarecidos. Qual razão ele esteve no local? Se existia algum motivo específico de ele estar no local. Foi apurado que o autor do fato, é membro de uma associação, cuja sede é nas proximidades da região. Existe um hábito dessas pessoas que faziam parte da diretoria da associação, de fazer uma ronda nas proximidades, nós estamos verificando se de fato ele exerce esse cargo e se cabia a ele fazer essa ronda.”
Thiago Lisboa – Coordenador do Gaeco
O espaço onde ocorreu o crime é da prefeitura, mas cedido para a associação administrar. A Aresf, não tem nenhum vínculo com a Itaipu Binacional.
Investigação
Até o momento a polícia já ouviu 14 pessoas, entre testemunhas que estavam no local dos fatos, familiares do guarda municipal e do policial penal. Até o final da tarde mais 3 pessoas devem ser ouvidas.
A delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, de Curitiba, está à frente das investigações do caso. A delegada Iane Cardoso, de Foz do Iguaçu, que era responsável pelas investigações, agora faz parte da força-tarefa que foi montada.
Além de Camila, a investigação está sendo acompanhada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), A Procuradoria Geral de Justiça designou uma equipe para que participe das perícias, das oitivas e também depoimentos.
O Gaeco solicitou que seja aberto um inquérito separado para investigar as pessoas, que aparecem no vídeo de câmeras de segurança, agredindo o agente federal, já caído no chão.
Saúde de Guaranho
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Paraná, Jorge Guaranho continua internado e respira com ventilação mecânica. Seu estado de saúde é estável e não há previsão de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O agente penitenciário foi transferido de hospital na noite de segunda-feira (11). Ele estava no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu e foi levado para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde permanece internado em estado grave. A divulgação do estado de saúde do agente, para imprensa, foi bloqueada por familiares e apenas a SESP está sendo porta-voz. Não há informação sobre o motivo da transferência.
O crime
A Polícia investiga se o crime foi cometido por intolerância política, isso porque Marcelo comemora o aniversário de 50 anos em uma associação com a temática PT (Partido dos Trabalhadores).
Segundo testemunhas, Guaranho chegou no local gritando o nome do atual Presidente Bolsonaro, e na sequência houve a troca de tiros. Imagens do circuito de segurança do local registraram toda a confusão que terminou com o guarda morto e o agente baleado.
Inicialmente, a Polícia Civil informou que o agente também havia morrido, mas depois corrigiu a informação e declarou que ele está internado em estado grave.