Depois de decisão judicial, portal de esquerda retira do ar informações falsas contra Sérgio e Rosângela Moro
O desembargador Albino Jacomel Guérios, do Tribunal de Justiça do Paraná, concedeu uma liminar obrigando os jornalistas Joaquim de Carvalho e Leonardo de Rezende Attuch, do portal de esquerda “Brasil 247”, a seguirem alertando seus leitores e espectadores que divulgaram “fake news” sobre o casal Sérgio e Rosângela Moro. Os dois acusaram o senador paranaense e a deputada de São Paulo de participarem de esquemas de corrupção.
Diante da decisão judicial, o portal retirou o vídeo em questão do ar.
Entenda o caso
Em janeiro deste ano, o juiz da 22ª Vara Cível de Curitiba, Pablo Tourinho, obrigou os jornalistas a exibirem uma nota e uma tarja informando que o conteúdo publicado tinha “fake news”. O juiz destacou na sua decisão que o material tinha “exposição de meias verdades, informações incompletas, suposições expostas como fatos e informações aparentemente 100% falsas”.
Preservando a liberdade de expressão, o juiz não mandou retirar o material do ar, mas acatou a sugestão do advogado do casal Moro, Luis Felipe Cunha, orientando que os responsáveis pelo site insiram uma tarja no vídeo com a frase: “contém afirmações não comprovadas”.
A dupla de jornalistas, representados pelo escritório Zanin e Martins, que tem como uma de suas sócias Valeska Zanin Martins, esposa do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, recorreu da decisão.
Nesta semana, o desembargador Guérios indeferiu o pedido dos jornalistas do portal de esquerda. “Não se está a impor a indisponibilização do vídeo/texto publicado nas redes sociais pelos agravantes [Brasil 247], apenas atentar os seus leitores e ouvintes acerca do caráter ‘não comprovado’ das declarações firmadas.”, salientou.
Jornalista foi investigado na Lava Jato
Um dos responsáveis pela divulgação das informações consideradas pela justiça como inverídicas, Leonardo Attuch, é diretor do site Brasil 247. Ele foi investigado pela Lava Jato depois que um delatores da Operação, Milton Pascowitch, afirmou que pagou R$ 120 mil à Editora 247 Ltda. O repasse teria sido feito a mando do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, um dos presos no escândalo.
Segundo o delator, não teria acontecido nenhuma prestação de serviço, tudo foi apenas uma operação para disfarçar a compra de apoio do site ao PT. Na ocasião, o Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão do jornalista, mas o pedido não foi aceito pelo então juiz Moro, que alegou falta de provas.
Na época, os responsáveis pela editora confirmaram que receberam valores de uma empresa chamada “Jamp”, mas negaram que seria para compra de matérias em defesa do PT. Segundo os jornalistas, o dinheiro foi usado para produzir “conteúdo sobre o setor de engenharia”.