Homem que abusou de mais de 100 cadáveres, incluindo crianças, é condenado a prisão perpétua

por Caroline Maltaca
com informações do The Guardian e supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 15 dez 2021, às 21h02. Atualizado às 21h10.

David Fuller, de 67 anos, foi condenado a prisão perpétua, nesta quarta-feira (15), por abusar sexualmente de pelo menos 102 cadáveres do sexo feminino. David trabalhava como eletricista de hospital e usava a profissão para entrar no necrotério e cometer os crimes. As vítimas tinham entre nove a 100 anos de idade.

De acordo com o jornal The Guardian, David começou sua série de crimes em 1987, quando perseguiu e assassinou duas mulheres jovens no estado britânico de Kent. Após esse ocorrido, por 33 anos o homem acreditou nunca ser pego, até que uma descoberta de DNA o levou a ser identificado como o principal suspeito do crime.

Segundo as informações apuradas, quando a polícia invadiu a casa do criminoso, em dezembro de 2020, foram descobertos DVDs com gravações em que mostravam ele estuprando mortos. Com a prova, durante o julgamento, David admitiu as atrocidades cometidas no necrotério entre 2008 e 2020.

A juíza Cheema-Grubb responsável pelo julgamento disse explicitamente que sua intenção era que Fuller morresse na prisão.

“Tendo matado duas jovens que estavam cheias de promessa de vida, você se tornou um abutre, escolhendo suas vítimas entre os mortos, dentro do mundo escondido de necrotérios de hospitais que você foi deixado livre para habitar, simplesmente porque você tinha um cartão de identificação”,

disse durante a sentença.

Os ataques necrofílicos de Fuller são considerados os crimes mais extensos desse tipo na história do direito britânico. Após sua prisão, Fuller afirmou em entrevista que não obteve prazer sexual. Ele apenas gravou o abuso, fez vídeos e fotos que depois assistiu e os catalogou de acordo com os tipos de ataque que cometeu. Algumas gravações continham o nome das vítimas, uma pasta era intitulada “melhor até agora”.

Tribunal do horror

Sendo a vítima mais jovem uma criança de nove anos, a mãe da menina fez um emocionante desabafo durante o julgamento. De acordo com o The Guardian, a mãe enfrentou Fuller falando sobre a “dor catastrófica” que ele causou:

“Você estuprou meu bebê … para mim, isso é estupro da forma mais inimaginável. Ela não podia dizer não ao homem sujo de 66 anos, que abusava de seu corpo. “Isso faz minha pele arrepiar, realmente parte meu coração”,

O tribunal ouviu relatos de diversas pessoas. O pai de uma das vítimas disse: “Não consigo dormir, não consigo comer, não consigo tirar estes pensamentos e imagens da minha cabeça. Você provou em sua depravação que os monstros são muito reais”.

Alguns compareceram ao tribunal pessoalmente, alguns tiveram suas declarações lidas pelo promotor e outras pediram que suas declarações fossem lidas pelo juiz em particular. Outra pessoa cujo ente querido foi atacado disse:

“Em um mundo onde as mulheres não estão seguras quando estão vivas, elas não estão seguras nem quando estão mortas”.

disse em depoimento.

O pai de uma vítima de 18 anos disse: “Fuller tirou a inocência de nossa filha e destruiu nossas almas. Estou consumido pela raiva”. Um marido que perdeu a esposa disse: “David, quando você está cumprindo sua pena atrás das grades, pense cuidadosamente sobre o que você fez e agradeça às suas estrelas da sorte por não estar dividindo uma cela com você”.

A justiça afirma que Fuller pesquisou sobre muitas de suas vítimas no Facebook após os ataques.

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