“Vai pagar por toda tristeza”, declara irmã de Maritza após condenação de delegado

Familiares de Maritza e Ana Carolina ficaram satisfeitos com resultado do júri popular; delegado Erick Busseti foi condenado a 38 ano de prisão

por Guilherme Becker
com informações de Marcelo Borges, da RICtv
Publicado em 5 jul 2024, às 09h47.
POST 8 DE 9

Os familiares de Maritza Guimarães de Souza e Ana Carolina de Souza, mortas em março de 2020 pelo delegado Erik Busseti, acompanharam o final do julgamento do réu na madrugada desta sexta-feira (5). Após a leitura da sentença da juíza Mychelle Pacheco Cintra Standler, os parentes das vítimas ficaram satisfeitos com a condenação de 38 anos e 10 meses de prisão.

Irmã de Maritza comenta condenação de delegado Erik Busseti
Irmã de Maritza comenta condenação de delegado Erik Busseti (Foto: RICtv)

“O sentimento de toda nossa família é que a justiça foi feita. Que ele vai pagar por toda tristeza que nos fez passar. Agora elas vão ter o descanso eterno e nós vamos poder colocar um ponto final nesta história”, declarou Caroline Machado, irmã de Maritza.

O pai de Ana Carolina, ex-companheiro de Maritza, também acompanhou o final do julgamento no Tribunal do Júri. Luiz Eduardo destacou que a decisão não trará a filha de volta, porém, dá um alívio de justiça.

“É um filme que passa a todo momento, coisas que eu não sabia acabei vendo aqui. Então vamos descobrindo feridas e mais feridas que vão se abrindo. É bem doloroso […] Não traz minha filha de volta, mas dá uma paz de espírito que foi feita justiça”, comentou Luiz Eduardo, pai de Ana Carolina.

Pai de Ana Carolina comenta decisão do júri
Pai de Ana Carolina comenta decisão do júri (Foto: RICtv)

Com a decisão da justiça, Erik Busseti permanece preso. A juíza também determinou que o condenado seja desligado do cargo de delegado. O homem continuava recebendo salário da Polícia Civil do Paraná desde a época do crime.

Os três primeiros dias de julgamento do delegado Erik Busseti foram marcados pelos depoimentos das testemunhas e vários questionamentos por parte das equipes de advogados, tanto de acusação como de defesa. 

Na segunda-feira (2), primeiro dia de julgamento, foi realizado o sorteio dos jurados, que definiu cinco homens e duas mulheres. Na sequência, após leitura do caso, foram ouvidas três testemunhas arroladas pela acusação.  

A primeira testemunha foi uma escrivã da Polícia Civil, responsável por analisar as imagens das câmeras de segurança da casa e por montar o relatório das apreensões. Esta é a única autoridade policial arrolada no processo. O depoimento começou por volta das 11h50 e só foi finalizado próximo das 18h. 

Delegado Erik Busseti senta no banco dos réus para segundo dia de julgamento
Delegado Erik Busseti senta no banco dos réus para segundo dia de julgamento (Foto: William Bittar/ RICtv)

A equipe de defesa do réu realizou diversas perguntas e insistiu em alguns questionamentos. Após a conclusão do depoimento, outras duas testemunhas foram ouvidas – um homem e uma mulher. 

As testemunhas eram vizinhas de Erik e Maritza e contaram um pouco sobre a rotina do casal. Nos depoimentos, que foram mais rápidos, as testemunhas relataram que não presenciaram muitas brigas entre o réu e a esposa.

Já na terça-feira (2), segundo dia de júri, foram ouvidas quatro testemunhas arroladas pela equipe de defesa. Familiares de Maritza e Ana Carolina estiveram em frente ao Tribunal do Júri e levaram faixas de protesto. Em uma das faixas, os parentes lembraram que Ana Carolina completaria 21 anos naquele dia.

Familiares e amigos de Maritza e Ana Carolina protestam em frente ao Tribunal do Júri
Familiares e amigos de Maritza e Ana Carolina protestam em frente ao Tribunal do Júri (Foto: William Bittar/ RICtv)

No terceiro dia de júri, nesta quarta-feira (3), foram ouvidas mais três testemunhas de defesa e uma foi dispensada. Entre as testemunhas estavam o irmão do delegado, Maurício Wermelinger Busetti, o médico psiquiatra Hewdy Lobo e a perita judicial Jussara Joekel. Leocadio Casanova, especialista em inteligência pericial, foi dispensado.

Já nesta quinta-feira (4), o julgamento foi retomado com o interrogatório do réu e na sequência foi realizada a sessão de debates entre a acusação e a defesa. Os trabalho no Tribunal do Júri avançaram durante a noite e somente na madrugada de sexta-feira (5) a juíza Mychelle Pacheco Cintra Standler leu a sentença com a condenação.

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