“Vai pagar por toda tristeza”, declara irmã de Maritza após condenação de delegado
Familiares de Maritza e Ana Carolina ficaram satisfeitos com resultado do júri popular; delegado Erick Busseti foi condenado a 38 ano de prisão
Os familiares de Maritza Guimarães de Souza e Ana Carolina de Souza, mortas em março de 2020 pelo delegado Erik Busseti, acompanharam o final do julgamento do réu na madrugada desta sexta-feira (5). Após a leitura da sentença da juíza Mychelle Pacheco Cintra Standler, os parentes das vítimas ficaram satisfeitos com a condenação de 38 anos e 10 meses de prisão.
“O sentimento de toda nossa família é que a justiça foi feita. Que ele vai pagar por toda tristeza que nos fez passar. Agora elas vão ter o descanso eterno e nós vamos poder colocar um ponto final nesta história”, declarou Caroline Machado, irmã de Maritza.
O pai de Ana Carolina, ex-companheiro de Maritza, também acompanhou o final do julgamento no Tribunal do Júri. Luiz Eduardo destacou que a decisão não trará a filha de volta, porém, dá um alívio de justiça.
“É um filme que passa a todo momento, coisas que eu não sabia acabei vendo aqui. Então vamos descobrindo feridas e mais feridas que vão se abrindo. É bem doloroso […] Não traz minha filha de volta, mas dá uma paz de espírito que foi feita justiça”, comentou Luiz Eduardo, pai de Ana Carolina.
Com a decisão da justiça, Erik Busseti permanece preso. A juíza também determinou que o condenado seja desligado do cargo de delegado. O homem continuava recebendo salário da Polícia Civil do Paraná desde a época do crime.
Júri popular termina com condenação de delegado
Os três primeiros dias de julgamento do delegado Erik Busseti foram marcados pelos depoimentos das testemunhas e vários questionamentos por parte das equipes de advogados, tanto de acusação como de defesa.
Na segunda-feira (2), primeiro dia de julgamento, foi realizado o sorteio dos jurados, que definiu cinco homens e duas mulheres. Na sequência, após leitura do caso, foram ouvidas três testemunhas arroladas pela acusação.
A primeira testemunha foi uma escrivã da Polícia Civil, responsável por analisar as imagens das câmeras de segurança da casa e por montar o relatório das apreensões. Esta é a única autoridade policial arrolada no processo. O depoimento começou por volta das 11h50 e só foi finalizado próximo das 18h.
A equipe de defesa do réu realizou diversas perguntas e insistiu em alguns questionamentos. Após a conclusão do depoimento, outras duas testemunhas foram ouvidas – um homem e uma mulher.
As testemunhas eram vizinhas de Erik e Maritza e contaram um pouco sobre a rotina do casal. Nos depoimentos, que foram mais rápidos, as testemunhas relataram que não presenciaram muitas brigas entre o réu e a esposa.
Já na terça-feira (2), segundo dia de júri, foram ouvidas quatro testemunhas arroladas pela equipe de defesa. Familiares de Maritza e Ana Carolina estiveram em frente ao Tribunal do Júri e levaram faixas de protesto. Em uma das faixas, os parentes lembraram que Ana Carolina completaria 21 anos naquele dia.
No terceiro dia de júri, nesta quarta-feira (3), foram ouvidas mais três testemunhas de defesa e uma foi dispensada. Entre as testemunhas estavam o irmão do delegado, Maurício Wermelinger Busetti, o médico psiquiatra Hewdy Lobo e a perita judicial Jussara Joekel. Leocadio Casanova, especialista em inteligência pericial, foi dispensado.
Já nesta quinta-feira (4), o julgamento foi retomado com o interrogatório do réu e na sequência foi realizada a sessão de debates entre a acusação e a defesa. Os trabalho no Tribunal do Júri avançaram durante a noite e somente na madrugada de sexta-feira (5) a juíza Mychelle Pacheco Cintra Standler leu a sentença com a condenação.
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