Juiz que vai julgar processo contra Moro assume cadeira no TRE-PR: "Só mais um caso"
Tomou posse nesta quarta-feira (6) o novo juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), José Rodrigo Sade. Ele será responsável pelo julgamento que pode cassar o mandato do senador Sergio Moro (União Brasil), previsto para o dia 1º de abril de 2024.
Em entrevista para a RICtv, o magistrado falou que apesar de todo envolvimento e repercussão em torno do processo de Moro, o caso será estudado e analisado com a mesma importância dos demais que chegam ao TRE-PR.
“Temos um mês para estudar e julgar esse processo. Sabemos a importância para imprensa e o pessoal de fora, mas para nós é mais um caso a ser julgado. Não faz diferença a pressão de fora”, ponderou.
Sade falou também sobre a importância da Justiça Eleitoral, especialmente nos últimos anos no Brasil.
“A Justiça eleitoral é indispensável. Não há como imaginar sem a Justiça da forma como está atuando. Muito firme e séria, especialmente no momento em que estamos passando. A democracia tem seu barulho, faz parte, mas a Justiça Eleitoral está aí para intervir quando preciso”, finalizou.
Quem é o novo Juiz do TRE-PR que vai julgar o processo de Sergio Moro?
José Rodrigo Sade é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), no ano de 1999, com pós-graduação em Direito Contemporâneo pela Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Ele é advogado e atua em um escritório na cidade de Curitiba.
O magistrado assume a vaga do desembargador Thiago Paiva dos Santos, que saiu da função após o término do segundo mandato. Com a chegada de Sade, a corte conta agora com a quantidade de magistrados correta para analisar o processo, que apura ainda os dois suplentes de Moro.
Sade também atuou como advogado de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava Jato, que chegou a ser eleito deputado federal em 2022, mas foi cassado depois de denúncias alegando que ele saiu do cargo enquanto respondia processos administrativos.
Entenda o processo que pode cassar mandato de Sergio Moro
A ação movida pela Federação Brasil da Esperança, que une o PT, PV e PC do B, e também pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusa o senador dos crimes de caixa 2, abuso de poder econômico, uso indevido de meios de comunicação e de assinatura de contratos irregulares.
Os partidos alegam que Moro gastou mais de R$ 2 milhões na pré-campanha para presidente e que isso o favoreceu na campanha para senador no Paraná, tendo mais visibilidade que outros candidatos. Caso as acusações sejam provadas, O ex-juiz pode ter o mandato cassado e ficar inelegível por oito anos.O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Paraná defendeu, em dezembro de 2023, a cassação
do mandato do ex-juiz da Lava Jato. O órgão se manifestou a favor da perda do mandato por abuso de poder econômico. Moro discorda das acusações.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui