Júri de ex-policial acusada de matar copeira começa com ida de jurados à cena do crime; entenda
Começou às 13h30 desta quinta-feira (26), em Curitiba, o júri popular do caso que apura a morte da copeira Rosaira Miranda da Silva, registrado em 23 de dezembro de 2016. A ex-policial civil Kátia das Graças Belo é acusada de homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.
Logo após o início da sessão desta quinta-feira, por solicitação da defesa de Katia e com deferimento da Justiça, os jurados saíram do Tribunal do Júri e foram até o local onde o crime aconteceu, no Centro Cívico. No procedimento, a intenção dos advogados da ré era mostrar que a ex-policial não tinha intenção de matar a vítima. Katia optou por não acompanhar essa etapa do julgamento e não foi até o local com os jurados.
“Os jurados estarão in loco, vendo onde as coisas aconteceram, até para eles terem uma conclusão e chegarem a conclusão, é a nossa esperança, de que não houve intenção da Katia de atingir a dona Rosaira”, disse o advogado Peter Amaro. Ainda segundo Amaro, Katia “não tinha ângulo” no momento em que fez o disparo e acertou Rosaira na cabeça.
“Ali da onde teria sido o tiro não existe um ângulo para atingir a vítima. Se a Katia tivesse a intenção, tivesse um fuzil, uma mira a laser, tripé apontado, ela não acertaria. Então houve uma fatalidade”,
argumentou o advogado.
Após a análise dos jurados no local do crime, eles devem retornar ao Tribunal do Júri, onde serão ouvidas as testemunhas e, a seguir, será realizada a parte dos debates.
O marido da copeira Rosaira, que foi até o tribunal para acompanhar a sessão, conversou com a equipe da RICtv e afirmou que aguarda por Justiça. Ele estava com a esposa no momento em que ela foi baleada, em uma confraternização nos fundos de um lava-jato. Rosaira chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital dias depois. Além do marido, a vítima também deixou um filho.
“Temos vários sofrimentos, pela demora, pela Justiça, pela mulher estar solta ainda, sei que muitos vão dizer que foi uma fatalidade, mas isso não foi, isso foi um crime hediondo, atirar a ermo no meio de uma festa, no meio de todo mundo, ainda mais sendo uma policial. Isso aí para mim é abuso de autoridade, ela já era acostumada a fazer isso, atirava no meio de uma praça para tocar a piazada de lá, era acostumada já a querer assustar todo mundo”,
afirmou Francisco Feliciano Leite, viúvo de Rosaira.
A previsão é de que o julgamento se estenda pelo menos até esta sexta-feira (27).