Justiça condena 14 pessoas por corrupção em Londrina, entre elas, dois vereadores

por Maria Eduarda Paloco
com informações de MPPR e supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 2 set 2022, às 19h52.

A 2ª Vara Criminal de Londrina, de Londrina, no Norte do Paraná, condenou, nesta sexta-feira (2), 14 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa. Entre os condenados, estão dois vereadores. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), apurada pela Operação ZR3.

A investigação foi conduzida pelo MPPR a partir do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os acusados estariam envolvidos em esquema de corrupção voltado à aprovação de loteamentos irregulares no município.

As penas para os “particulares e agentes públicos – vereadores e servidores dos poderes Executivo e Legislativo municipais” variam entre dois a 14 anos de reclusão, além do pagamento de uma multa.

Entenda o esquema

Pelo menos dois vereadores teriam aceitado propina para apresentar e aprovar projetos de lei de alteração de zoneamento e de autorização para grandes loteamentos em Londrina. As informações são de acordo com a Operação ZR3 e teriam acontecido entre os anos de 2013 e 2017.

Os valores das propinas variam entre R$100 mil a R$1 milhão. De acordo com o Gaeco, os agentes políticos agiam em conjunto com integrantes do Conselho Municipal da Cidade.

Com essa prática, os proprietários de loteamentos e empresários do ramo imobiliário conseguiam valorizar terrenos e construir imóveis com maior apelo comercial.

Mário nega as acusações

O vereador Mário Takahashi (PV), um dos condenados, nega as acusações. Ele diz que ele e sua defesa não esperavam a condenação. Ele afirma que foi acusado por ter aceitado uma “vantagem indevida”. Mário também conta que teria sido absolvido de outra acusação neste caso.

“Uma pessoa afirmava que eu havia pedido dinheiro para fazer o zoneamento, eu fui absolvido da acusação, e a acusação que me colocaram é de ter aceitado uma vantagem indevida que uma pessoa poderia me dar, então não tem nenhum dado disso de que eu teria aceitado e quando teria aceitado”

De acordo com o vereador, tratava da “correção de uma região como um todo”, e que se continuasse da forma em que estava impactaria a vida dos moradores do local. Ele afirma que vai recorrer a decisão, para que façam outra análise.

“Até eu cometer um ato ilícito existe um caminho que deve ser provado”, disse o vereador.