Maníaco da Torre é absolvido de homicídio e condenado por ocultação de cadáver de mulher
Roneys Fon Firmino Gomes, conhecido como Maníaco da Torre, foi absolvido do crime de homicídio, mas condenado a um ano e quatro meses pela ocultação do cadáver de uma mulher – que nunca foi identificada. O júri popular começou na manhã desta terça-feira (24) e terminou no fim da tarde, em Maringá, no norte do Paraná.
Pelo crime de ocultação, ele deverá cumprir pena em regime semiaberto. A absolvição do crime de homicídio se deu por 4 votos a 3 dos jurados. O entendimento de que não havia materialidade para comprovar que o crime tivesse sido cometido pelo maníaco foi acatado.
A defesa do réu não concordou com a condenação por ocultação de cadáver e deve recorrer.
Preso desde 2015, quando foi descoberto, Gomes já foi condenado em março de 2019 a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte de Ednalva José da Paz, ocorrida em 2010. Já em dezembro de 2019, ele foi condenado a 23 anos e quatro meses pela morte de Silmara Aparecida de Melo, em 2012.
À época da prisão, ele confessou os crimes contra prostitutas. Em juízo, tem negado as autorias. Ao todo, Gomes é formalmente acusado de seis homicídios, mas a polícia diz acreditar que tenham sido pelo menos 13 vítimas. Este foi o terceiro júri popular do Maníaco da Torre.
O júri
Pela terceira vez, o vendedor de carros esteve no banco dos réus. Sob a escolta de dois policiais militares, Roneys ficou de costas para o plenário e de frente para a juíza, em uma cadeira ao lado da mesa de seus quatro advogados.
Aos 47 anos, ele está mais magro e com a aparência mais envelhecida. Com olhar atento a tudo o que era dito, manteve sempre o mesmo comportamento. Com as mãos sobre as pernas ou com os braços cruzados. Vez ou outra abaixava a cabeça.
Três testemunhas foram ouvidas no julgamento. Primeiro, o policial militar que atendeu a ocorrência e depois o gerente da propriedade rural onde o corpo da vítima foi localizado. Roneys foi o último a depor. Antes disso, o tribunal foi esvaziado para a fala de uma testemunha confidencial.
Só depois, o vendedor de carros foi submetido às perguntas. Ele se recusou a responder as questões feitas pela juíza e pelo promotor. Atendeu apenas o que foi indagado pelo advogado de defesa e por uma das integrantes do júri. Roneys negou a autoria do assassinato e disse que foi torturado pela polícia para confessar o crime.
O júri teve um pausa para o almoço e foi retomado no início da tarde com a fala do promotor Sandro Alex. Logo após, foi a vez da defesa apresentar a tese. Sem o pedido de réplica por parte da acusação, o júri se encaminhou para a reta final. O resultado foi anunciado oito hroas depois do início do julgamento.
Roneys ainda vai enfrentar mais dois juris popular neste ano, que estão marcados para os dias 1º e 9 de junho.