Promotor afirma que Edison Brittes teve ajuda pra levar corpo de Daniel
A tarde começou com discussões e bate-bocas no Tribunal do Júri de São José dos Pinhais. E um dos temas que gerou debate foi um vídeo da investigação policial do assassinato do jogador Daniel. Enquanto mostrava o vídeo, o promotor do Ministério Público, João Milton Salles, questionou a versão de Edison Brittes de que ele tenha arrastado sozinho o corpo de Daniel pela mata.
Durante interrogatório, na segunda-feira (18), Edison afirmou que sozinho tirou o jogador do carro e arrastou sozinho o corpo até a mata. Os outros envolvidos não teriam feito nada disso e teriam ficado no carro. O vídeo que o promotor mostrou aos jurados, nesta terça-feira (19), mostraria o contrário disso tudo.
Vídeo da investigação
O promotor começou a exibir um vídeo do depoimento que o investigador deu à Justiça, na fase de instrução do processo. Na beira da estrada, mostrou ele, havia uma enorme poça de sangue, o que indicaria que o jogador foi morto ali, retirando a hipótese de apenas desova do cadáver. Isso porque, segundo a promotoria, enquanto a pessoa está viva, o sangue esguicha para fora, até o coração parar de bater. E foi isso que teria gerado a poça no chão.
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Ainda no entender do policial, Edison não conseguiria, sozinho, segurar o corpo do jogador e ao mesmo tempo cortar a garganta dele. Por isso, entende que, pelo peso do corpo, alguém ajudou Edison a segurar Daniel para cortar o pescoço do atleta.
“No local do crime, o corpo foi achado dentro da floresta, um local que dificilmente seria visto da rua. Em linha reta, às margens da estrada, tinha uma poça de sangue maior e um pouco a frente uma marca de sangue menor. O corpo não tinha nenhuma lesão de defesa nas mãos. Se alguém for tentar cortar teu pescoço, você vai tentar se defender e teria alguma lesão. Nossa conclusão da investigação: o jogador chegou com vida no local. Teve primeiro o órgão decepado (porque nas fotos do cadáver não tinha nenhuma marca de sangue). Ele estava sendo segurado por outras pessoas, pois em nenhum momento conseguiu se defender. Dificilmente alguém conseguiria carregar sozinho um corpo de 70 kg. Com certeza, pelo menos mais uma pessoa ajudou, tanto pra segurar, quanto para arrastar”, explanou o promotor aos jurados.
Além disso, afirmou Milton Salles, o laudo do carro aponta que havia sangue em todas as maçanetas. No caso do carro de Edison, um Veloster, só há uma porta atrás.
Corpo colocado, não arrastado
O promotor ainda explorou a ausência de arrasto do carro até o meio da mata, porque este caminho estava “limpinho”, segundo as palavras dele aos jurados.
Na interpretação do promotor ao vídeo, feito no local do crime, o corpo de Daniel foi colocado em meio à mata, sem ser exatamente arrastado. Diante disso, uma pessoa sozinha não conseguiria fazer essa tarefa, que teria que ter sido executada por duas pessoas ou mais.
Depois que ele explanou suas interpretações, o assistente de acusação, o advogado Nilton Ribeiro, que atua em favor da família de Daniel, demonstrou o que o promotor queria dizer. Pegou um dos advogados da sua banca e pediu que outras pessoas o segurassem, para convencer os jurados.
A intenção da promotoria e da acusação foi demonstrar que Edison não cometeu sozinho o homicídio e derrubar a tese dos outros réus, Eduardo, Ygor e David, de que eles não participaram do assassinato.
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