STJ suspende licença ambiental para nova estrada do litoral paranaense

Com a decisão, o Governo do Paraná terá que recomeçar do zero o processo de licenciamento ambiental do projeto da nova Faixa de Infraestrutura no litoral

Publicado em 24 jun 2024, às 13h37.

O Governo do Paraná terá que recomeçar do zero o processo de licenciamento ambiental do projeto da nova Faixa de Infraestrutura no litoral. Isso porque uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a licença ambiental prévia para a obra. Para os ministros, a licença não cumpre todos os estudos previstos em lei.

Justiça suspende licença ambiental para nova estrada do litoral paranaense, parte da Faixa de Infraestrutura
Projeto do Governo do Estado prevê nova rodovia ligando os balneários de Pontal do Paraná (Foto: Reprodução/Siel)

O projeto apresentado pelo governo prevê a construção de uma rodovia de 23 quilômetros, entre a PR-407, no Balneário Praia de Leste, até o balneário Pontal do Sul, em Pontal do Paraná. Essa nova rodovia será paralela à já existente PR-412, e passará por um trecho de mata atlântica. O planejamento ainda engloba um canal de drenagem para evitar enchentes, gasoduto e linha de transmissão de energia. De acordo com o Governo do Estado, o empreendimento está orçado em mais de R$ 270 milhões.

Decisão do STJ foi por margem apertada de votos

O pleno do STJ analisou o caso na última semana e, por cinco votos a quatro, decidiu suspender a licença ambiental prévia. Os ministros apontam algumas irregularidades no processo de concessão da licença. A falta de consulta às comunidades locais atingidas pela obra é uma delas.

Além disso, os STJ aponta que o governo estadual não ouviu órgãos federais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).

Justiça suspende licença ambiental para nova estrada do litoral paranaense, parte da Faixa de Infraestrutura
Governo terá que estudar alternativas para traçado da estrada (Foto: Prefeitura de Pontal do Paraná)

Os ministros afirmam ainda que o estado não fez um estudo de alternativas de traçado que apresentariam menos impacto ao meio ambiente. Por isso o STJ decidiu suspender o licenciamento.

Do mesmo modo, foi definido que o próprio tribunal intermediará um possível acordo entre o Governo do Paraná e o Ministério Público (MP). O STJ quer que o estado cumpra todas as exigências legais e considere realizar estudos para um traçado alternativo para a rodovia.

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, lamentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça, mas confirmou que o estado cumprirá as determinações.

“O Estado do Paraná respeita a decisão judicial e vai cumpri-la. Nós teremos que reiniciar todo o pedido de licenciamento. Lamentamos, porque no nosso entender todas as formalidades foram cumpridas ao longo de anos, com amplo diálogo com a comunidade e também com os órgãos. Por isso vamos reiterar mais um pedido de conciliação no STJ para um diálogo novamente com o Ministério Público. Porque é uma obra muito necessária. Além de dar acesso ao novo porto, que é uma aptidão natural do estado, nós estamos falando de segurança viária. Para o município de Pontal e para todos os balneários, que aguardam há muitos anos por essa obra, que é a solução definitiva viária”, afirma o secretário.

Em setembro do ano passado a primeira instância da Justiça Federal anulou a licença prévia e os estudos de impacto ambiental da obra. A sentença foi proferida pela juíza Silvia Regina Salau Brollo, da 11ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, dentro de uma ação civil pública ajuizada pelo MP.

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