Vereador que criou CPI contra padre Júlio Lancellotti será investigado
Em 2023, Rubinho Nunes declarou que " falsos padres, como o Júlio Lancellotti, ganham politicamente"
O vereador de São Paulo, Rubinho Nunes (União Brasil), será investigado pela Polícia Civil de São Paulo. O político tentou instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal, contra o padre Júlio Lancellotti em 2023.
O inquérito deve apurar se Rubinho cometeu abuso de autoridade contra o religioso com a tentativa de instalação da CPI.
Em nota ao Estadão, Rubinho Nunes afirma que o inquérito “é absurdo em várias camadas”. “Não há qualquer abuso de autoridade, a abertura de CPI é prerrogativa legal do parlamentar, que ainda goza de imunidade constitucional de votos e opiniões”, diz.
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O pedido de investigação ao Ministério Público de São Paulo (MPMP) foi feito pelo Instituto Padre Ticão. Já o vereador ainda diz que deve abrir uma representação criminal contra a entidade beneficente por “denunciação caluniosa eleitoral”.
CPI contra Júlio Lancellotti
Em dezembro de 2023, Rubinho Nunes propôs a instalação de uma “CPI das ONGs” na Câmara de São Paulo (SP). Segundo o pedido de abertura na comissão, a investigação pretendia saber quais entidades sem fins lucrativos recebem recursos públicos da prefeitura.
O padre Júlio Lancellotti não teve o nome citado no requerimento de instauração, mas o vereador disse que, se a CPI fosse instalada, teria o pároco como um dos alvos.
À época, Rubinho Nunes afirmou no X (antigo Twitter) que a CPI pretendia “esmiuçar todos os esquemas” da “máfia da miséria” que atua na região da Cracolândia, no Centro da capital paulista. De acordo com vereador, “muitas ONGs e falsos padres, como o Júlio Lancellotti, ganham politicamente” com a vulnerabilidade de pessoas em situação de rua e dependentes químicos.
A repercussão do pedido da CPI fez com que a instalação fosse pausada. E em março desde ano, a proposta por Rubinho foi alterada para uma investigação contra abuso e assédio sexual contra pessoas vulneráveis, usuárias de drogas e em situação de rua na cidade de São Paulo.
Ao todo, serão necessários 28 votos entre os 55 vereadores da capital para que a comissão seja instalada.
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