Vítimas de médico da PM acusado de assédio protestam em Curitiba

por Isadora Deip
com informações da RICtv e supervisão de Ederson Hising
Publicado em 7 jul 2022, às 18h07.

As vítimas do médico da Polícia Militar (PM) Fernando Dias Lima, tenente-coronel acusado de assédio sexual e atentado ao pudor, protestaram na praça Nossa Senhora da Salete, no bairro Centro Cívico, em Curitiba, nesta quinta-feira (7). O ato aconteceu no mesmo dia do julgamento da apelação criminal contra a absolvição do médico.

Conhecido como “Doutor Bacana”, Fernando foi denunciado por 40 mulheres, dentre elas policiais militares e esposas de policiais que foram assediadas em consultas médicas em unidades da PM de Cascavel, Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais.

Em maio de 2018, o médico chegou a ser preso preventivamente, mas foi absolvido pela Polícia Militar no dia 24 de junho de 2021. Ele está afastado das funções, mas continua recebendo um salário de R$ 20.771,13 como tenente-coronel e R$ 10.331,49 pela Secretaria de Estado da Saúde, segundo dados do Portal da Transparência do Governo do Paraná.

A coronel Rita, uma das participantes do protesto, conta que a mobilização é pacífica.

“Hoje está na pauta o julgamento da apelação criminal desta sentença absolutória do Fernando Dias Lima. […] Essa absolvição foi um caso sem precedentes na história de mais de 167 anos da PM e especialmente pelos quase 45 anos das mulheres na corporação. Hoje nós estamos aqui com as militares estaduais, com as esposas de policiais, com os sindicatos das frentes de luta pelas mulheres, no aguardo de que os nossos julgadores da 1ª Câmara Criminal possam fazer justiça, uma punição justa, nós queremos a reforma da sentença”,

destaca a coronel.

Relembre o caso

Os crimes aconteceram entre 2011 e 2018 durante atendimentos médicos realizados em consultórios da Academia Policial Militar do Guatupê, do 6º Batalhão de Polícia Militar e do 5º Comando Regional da Polícia Militar. As investigações sobre o caso tiveram início a partir de representação de uma das vítimas.

Por meio de uma militar subalterna, Fernando teria retirado do local em que prestava os serviços médicos os documentos relacionados aos atendimentos das vítimas. Ele os levou para sua casa para ocultar elementos de prova. Por esse motivo, Ministério Público do Paraná também o Doutor Bacana pelo crime de supressão ou ocultação de documentos.

O processo tramita sob sigilo na Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual.

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