Mário Petrelli: veja algumas das principais ideias e pensamentos do visionário comunicador
Um homem que acreditava na força das pessoas, acima de tudo. Assim podemos definir Mário José Gonzaga Petrelli, que morreu, nesta quarta-feira (22), aos 84 anos. O fundador emérito do Grupo RIC (Paraná) e do Grupo ND (Santa Catarina) chegou ao Paraná no fim da década de 1940 e começou no jornalismo em 1951.
Com um vasto currículo, Mário Petrelli usou o gene da comunicação, que tinha em sua família, e com muita luta criou um dos maiores grupos de comunicação. Com tanto profissionalismo e experiência, Mário Petrelli era conhecido por pensar além.
Veja algumas das principais ideias e pensamentos de Mário Petrelli:
“Sempre houve comunicação na história da família”.
“Na minha casa em Curitiba ocorriam as maiores reuniões políticas do Paraná. Tanto que o pessoal dizia ‘na casa Mário Petrelli foram escolhidas grandes soluções políticas para o Paraná “.
“A missão do Grupo RIC é comunicar e interagir com pessoas e comunidades levando informação, entretenimento e prestação de serviços com enfoque regional. A sua produção local de telejornalismo é das mais expressivas do País”.
“A filosofia do Grupo RIC inclui também o respeito e o comprometimento com as comunidades onde atua; o incentivo à pluralidade de informações e opiniões; o compromisso com a ética e o fortalecimento das instituições democráticas”.
“Considero que a TV é a principal mídia em nosso país, o principal meio de informação da sociedade e da população. É gratuita e está acessível, disponível, com alcance, a praticamente 100% dos lares brasileiros. É a TV que chega a todos os pontos do Brasil. Ela faz hoje o que o rádio fazia há 50 anos”.
“Além da informação que a TV dissemina, tem também um papel importante na influência de hábitos e comportamentos, seja no campo político, social, da moda, educação, cultura e outras tendências de consumo e estilo de vida”.
“Temos uma imensa responsabilidade como operadores de TV. Além de estarmos atentos à inovação e ao dinamismo dos tempos, nossa maior missão é zelar pela liberdade de informação, mas respeitando, antes de tudo, a liberdade do indivíduo, que vem antes de todas as demais liberdades”.
“A liberdade de imprensa é uma necessidade, mas não quer dizer a impunidade. A imprensa criadora de fatos errados ou mal divulgados”.
“Sempre imaginei a grandeza da imprensa. Imaginei a comunicação como arma da sociedade, da cidadania, numa organização sadia e completa”.
“A liberdade de imprensa é fundamental para podermos expressar e apresentar sugestões, soluções e caminhos para a sociedade, o governo, as instituições, etc. Mas sem esquecer jamais que a liberdade do indivíduo está acima de tudo: este tem sido nosso lema e nossa orientação”.
“Desde o seu surgimento, na Alemanha nazista, nos anos 1940, a TV demonstrou seu imenso poder como instrumento de manifestação da opinião. E temos que evitar, pois, que a TV sirva de instrumento de cerceamento, ditadura ou monopólio da informação, como a Constituição Federal adverte e proíbe. Este é, na nossa visão, o mais importante papel da TV no Brasil: o de respeitar e preservar a liberdade dos indivíduos e das coletividades, no mais amplo sentido de democracia e pluralidade”.
“A sobrevivência e o futuro da mídia no Brasil são pressupostos fundamentais para a segurança da democracia. Todas as mídias deverão continuar existindo, mas com adaptações e ajustes aos novos tempos”.
“A TV aberta continuará a ser o mais importante canal de comunicação com a sociedade: pelo alcance que tem, o potencial dos conteúdos que transmite ou pode vir a transmitir em larga escala, e por ser totalmente gratuita”.
“A Internet tem crescido muito, mas também exige a instalação de equipamentos e conexão, com um custo a ser pago pelo usuário, mesmo que reduzido”.
“O Rádio continuará a ter grande relevância especialmente para a população rural, por sua facilidade e gratuidade de alcance”.
“Os jornais e revistas, a chamada mídia impressa, considero que não perderão sua importância relativa, especialmente no que tange às suas características de permitir uma leitura mais detida, reflexiva, apurada, daqueles conteúdos que, pela TV ou rádio, são registrados de forma bem mais breve, efêmera e eventualmente superficial. Aquilo que está documentado em papel permite um acesso mais sereno, perene, propiciando uma leitura mais meditativa”.
“Uma tendência irreversível na mídia contemporânea é a chamada convergência”.
“Um dos principais desafios da comunicação no século XXI é descentralizar e difundir a informação e o conhecimento pela sociedade, alcançando a todas as camadas e classes, e contribuindo para a superação dos problemas sociais que ainda comprometem nosso desenvolvimento, como o analfabetismo, o saneamento, a prevenção de doenças, o respeito à natureza e ao meio ambiente, o combate ao crime e às drogas”.
“Devemos disseminar os bons valores morais, ao mesmo tempo em que fiscalizamos as ações dos governantes, dos organismos públicos, privados e do próprio cidadão, já que a liberdade implica em cada um respeitar o direito do outro”.
“Nossas críticas devem ser construtivas, apontando os erros, mas abrindo caminho para sugestões e debates na busca de soluções, sem nos fixarmos apenas no negativo, no que está errado”.
“Nosso desafio é sermos sinceros, honestos, exercitando virtudes positivas na conexão com nossos telespectadores, leitores e ouvintes: ter a verdade, somente a verdade, como pilar principal de nosso negócio”.
“Considero que o sucesso é um processo transitório, que pode ser alterado a qualquer momento. E, por isto, precisamos estar sempre em busca dele, de forma permanente”.
“Acima de tudo, precisamos ter coragem, dedicação, respeito à sociedade, reconhecendo nossos potenciais e ao mesmo tempo tendo humildade e vigilância para mantermos o padrão alcançado e continuarmos avançando, com seriedade e dinamismo”.
“Para nós, o ser humano, a família, as relações de confiança e lealdade, são fundamentais. Buscamos o resultado financeiro, como empresa saudável e competitiva, mas não somos cegos apenas pelo lucro”.
“É fato que precisamos denunciar as injustiças, combater a epidemia da corrupção, exigir melhores serviços públicos e orientar o cidadão pelos caminhos do bem; devemos combater a violência, estimular o progresso econômico e social, o respeito ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. A lista de responsabilidades é grande. Nossa crítica, contudo, precisa também ser complementada por ações e sugestões positivas para o aperfeiçoamento social”.
“Acreditamos numa relação de respeito com a sociedade, que será duradoura apenas se for feita com base na verdade. É nela que reside a maior de todas as responsabilidades”.