América do Sul quebra o recorde de incêndios anuais

A fumaça de incêndios florestais escureceu o céu de cidades como São Paulo, criou um corredor de fumaça visível do espaço

Publicado em 13 set 2024, às 11h56.

Na última quarta-feira (11), a América do Sul quebrou o recorde de incêndios anuais, com 346.112 focos registrados até agora, em setembro de 2024. O número ultrapassa o recorde anterior de 345.322, registrado em 2007. 

América do Sul quebra o recorde de incêndios anuais
Na última semana, São Paulo teve a pior qualidade do ar do mundo (Foto: REUTERS/Bruno Kelly)

Os registros foram feitos por um satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Incêndios atingem áreas como a floresta Amazônica, o Pantanal e florestas bolivianas. 

Além disso, a fumaça dos incêndios florestais escureceu o céu de cidades como São Paulo, criando um corredor de fumaça visível do espaço, que se estende da Colômbia ao Uruguai. 

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Os governos do Brasil e da Bolívia mobilizaram milhares de bombeiros como forma de controlar as chamas, mas enfrentam dificuldades devido às temperaturas extremas que alimentam os incêndios. 

A pesquisadora do Inpe, Karla Longo, destacou que, mesmo durante o inverno no Hemisfério Sul, São Paulo chegou a temperaturas acima de 32 °C.

Conforme pesquisadores, a maioria dos incêndios tem origem humana, mas a seca e as altas temperaturas, agravadas pelas mudanças climáticas, aceleram a propagação. A América do Sul tem enfrentado ondas de calor desde o ano passado. 

Em La Paz, Bolívia, centenas protestaram contra os incêndios, com slogans pedindo o fim das queimadas. Ativistas alertaram sobre a perda de milhões de hectares e a morte de animais. 

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), no Brasil, a seca atual é a pior já registrada.

O Brasil e a Bolívia lideram em focos de incêndio, seguidos por Peru, Argentina e Paraguai. Incêndios na Venezuela, Guiana e Colômbia contribuíram para o recorde, mas foram na maioria controlados. 

O desmatamento na Amazônia gera uma fumaça intensa, comparada por Karla Longo, do Inpe, a um “cogumelo atômico”. Além disso, cerca de 9 milhões de km² da América do Sul foram cobertos pela fumaça dos incêndios, mais da metade do continente.

No início desta semana, São Paulo teve a pior qualidade do ar do mundo, superando locais como China e Índia. Apesar da previsão de chuva para o sul do Brasil, a seca deve persistir em outubro, especialmente na Amazônia e no centro-oeste agrícola.

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