"Porta do inferno" na Sibéria cresce em ritmo assustador e perigos preocupam

Segundo estudos, a expansão acontece em até um milhão de metros cúbicos por ano

Publicado em 20 maio 2024, às 15h39. Atualizado às 15h40.

A “Porta do Inferno”, uma misteriosa cratera em Batagaika, na Sibéria, cresce em ritmo assustador e os perigos que isso pode ocasionar preocupam. Uma reportagem do Deutsche Welle mostra que uma colaboração internacional de cientistas alemães e russos revelou que a expansão acontece em até um milhão de metros cúbicos por ano, por causa do derretimento do permafrost – camada de gelo, rocha e sedimentos.

"Porta do inferno" na Sibéria cresce em ritmo assustador e perigos preocupam
“Porta do inferno”: fenômeno natural tem um quilômetro de extensão. (Foto: Reprodução/Research Institute of Applied Ecology of the North)

O fenômeno natural tem um quilômetro de extensão. A descoberta dele na remota República de Sakha, na região oriental da Rússia, foi em 1991, por meio de imagens de satélite. Foi após o colapso de uma encosta nas terras altas de Yana, ao norte de Yakutia.

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Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), esses sumidouros geralmente ocorrem quando a rocha subterrânea, composta de calcário, carbonato e outros sais solúveis, se dissolvem em água. A expansão da “Porta do Inferno” é um sinal claro do impacto das mudanças climáticas. isso porque, conforme o USGS, o aumento das temperaturas derrete o “cimento gelado” que mantém a solidez da terra, debilitando sua estrutura.

À medida em que a terra mais congelada expulsa o calor, o tamanho da cratera aumenta de maneira significativa.

A reportagem mostra ainda que, segundo o estudo publicado no jornal científico Geomorphology, a cratera cresceu 200 metros desde 2014, chegando a uma largura de 990 metros.

Motivos para preocupação com a expansão de cratera

Batagaika está distante de qualquer grande cidade russa, no entanto a rápida expansão da cratera é um indicador crítico do aquecimento do permafrost subjacente, segundo relata o portal Interesting Engineering. O degelo dessas camadas não provoca apenas os sumidouros, mas também reduz a vegetação que protege do calor solar, acelerando o aquecimento do solo.

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Ao se descongelar, a matéria orgânica aprisionada no permafrost se decompõe, liberando dióxido de carbono na atmosfera, o que contribui para o aquecimento global. Ainda mais alarmante é o fato de que o sumidouro pode potencialmente liberar na atmosfera antigos micróbios perigosos, para os quais não estamos preparados.

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