Quase 8 milhões de abelhas morrem contaminadas por agrotóxico no Paraná
Propriedades rurais em Mauá da Serra, no norte do Paraná, registraram a morte de quase 8 milhões de abelhas em áreas usadas para apicultura por causa do contato dos insetos com um defensivo agrícola.
Segundo o técnico agrícola do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) Higor Henrique Silva, a substância fipronil danifica o sistema nervoso central dos insetos, mas no caso das abelhas, provoca desorientação e a volta para as colmeias. “Assim, quando em contato com outras abelhas, acontece essa contaminação e as mortes em escala”, explicou.
Silva esclareceu que as mortes são provocadas pela “deriva”, que é quando a porção do agrotóxico aplicado não atinge o alvo desejado, podendo chegar em áreas vizinhas, com potencial de impacto ambiental. De maneira geral, as gotas finas geradas durante as pulverizações são mais sujeitas à deriva e podem ser carregadas a grandes distâncias.
De acordo com o técnico agrícola, a mortalidade nas caixas de apicultura pode ser ainda maior, pois muitas abelhas podem ter morrido no caminho até o retorno das colmeias.
O apicultor Jairo Carneiro Gomes tinha a expectativa de produção de 12 toneladas de mel e derivados para 2023 e calcula um prejuízo de R$ 130 mil com previsão de colheita para o próximo mês de abril. Ele trabalha na produção, há mais de 10 anos, e perdeu cerca de 6 milhões de abelhas em 100 colmeias.