Janja defende Lula e diz que declaração se refere a Israel e não ao povo judeu

Publicado em 19 fev 2024, às 15h44. Atualizado às 16h00.

A crise entre Brasil e Israel após a fala polêmica do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) tem causado problemas entre os dois lados. A estratégia do governo é agora fortalecer que o presidente não falou sobre a situação dos judeus, mas que criticou a política do governo de Israel.

Lula tem sido bastante criticado por ter comparado os ataques a Palestina feito por Israel ao Holocausto dos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Lula foi considerado “persona non grata” em Israel. O anúncio foi feito na presença do embaixador do Brasil, Frederico Meyer.

A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que a declaração se referiu “ao governo genocida e não ao povo judeu”.

“Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas”, escreveu a primeira-dama nesta segunda, 19

“A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises”, acrescentou.

Lula conversa com diplomatas sobre declaração

Nesta manhã, Lula se reuniu com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, para tratar sobre a declaração a que Janja se refere. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.

O que Lula disse sobre a Palestina e o Holocausto

A polêmica declaração de Lula ocorreu no domingo (18), quando o o presidente brasileiro criticou a operação israelense contra o Hamas, na Palestina. O governo israelense mantém uma ofensiva violenta desde os ataques do Hamas no dia 7 de outubro de 2023, quando membros do grupo mataram aleatoriamente israelenses, em um ataque terrorista.

A operação de Israel se mantém há mais de quatro meses e, dessa forma, matou mais de 20 mil palestinos. Na coletiva em Adis Abeba, na Eitópia, Lula fez um paralelo entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus.

“O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula. Para ele, o conflito “não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, afirmou. “Não é uma guerra, é um genocídio”, completou o presidente brasileiro.

O que foi o Holocausto de Judeus na Alemanha Nazista

O Holocausto foi um dos eventos mais sombrios e horríveis da história humana, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1941 e 1945, sob o regime do Partido Nazista liderado por Adolf Hitler na Alemanha. O termo “Holocausto” refere-se especificamente à tentativa sistemática dos nazistas de exterminar os judeus europeus. Além disso, essa atrocidade incluiu o genocídio de outras minorias étnicas, como ciganos, poloneses, russos e pessoas com deficiência física ou mental.

O regime nazista empregou uma série de métodos brutais para executar seu plano de genocídio em larga escala, entre eles, campos de concentração, campos de extermínio, trabalhos forçados, fuzilamentos em massa assim como câmaras de gás. Auschwitz, Treblinka e Dachau tornaram-se símbolos do horror do Holocausto, onde milhões de pessoas foram submetidas a condições desumanas, tortura e morte.

Durante o Holocausto, os nazistas mataram cerca de seis milhões de judeus, o que representava aproximadamente dois terços da população judaica da Europa na época. Assim como os judeus, os nazistas também assassinaram aproximadamente cinco milhões de outras vítimas, incluindo poloneses, russos, ciganos, homossexuais, comunistas e prisioneiros de guerra.

O Holocausto teve profundas ramificações políticas, sociais assim como culturais e que ecoam até os dias de hoje. O impacto duradouro inclui o surgimento do movimento sionista e a criação do Estado de Israel em 1948. Além disso, o Holocausto levou à criação das Nações Unidas e à promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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