Dabliu: “Meus Sentidos da Vida” surpreende com a relação entre economia e poesia
Dabliu se apresentou diante de um Teatro Paiol cheio e inspirou a todos com a pergunta: o que você faz com o seu tempo que sobra?
A emoção foi tomando conta da plateia logo ao entrar no Teatro Paiol no último 17 de Agosto. A mensagem projetada nas paredes do teatro dizia “Você tem 21,7% de toda a sua vida”. E aqui o economista e o artista começaram a mostrar a interseção que mais tarde seria atestada por Dabliu.
Resultados da pesquisa do Instituto de Busca Por Gente Encantada, o “IBGE” pessoal de Dabliu, mostravam respostas diversas para perguntas como “o que o seu eu de dez anos atrás pensaria de você hoje?” ou “qual o seu melhor conselho sobre como lidar com o fracasso?”.
Pontualmente às 20h15, uma banda afiada, formada pelo produtor e diretor musical do show Stéfanos Pinkuss, Bogdan Skorupa (trompete e vozes), Vitor Moreira (bateria), Lucas Abreu (percussão eletrônica), Eduardo Karas (guitarras) e o próprio Dabliu nas vozes e no violão, inicia o espetáculo.
Com quase quinze anos no ensino universitário, depois de uma graduação, mestrado e doutorado em Economia, Dabliu se mostra um professor-artista veterano com vocação e sensibilidade para comunicar. Com três álbuns lançados, Sobre os Ombros de Gigantes (2012), Ilha Desconhecida (2015) e Ares (2020), além de diversos livros como “O Conto da Raposa Vermelha” e o novo livro prestes a ser relançado pela editora nacional Alta Books, “Mill Sentidos da Vida: um café com futuros economistas”, Dabliu surpreende ao mostrar que sabe fazer bem o que se propõe.
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Embasado em alguns poucos gráficos, com roteiro amarrado em análises de dados acuradas, Dabliu consegue transmitir sua mensagem sobre o tempo, a vulnerabilidade, a desigualdade e outros temas subjacentes e não tão simples, de maneira leve, entre piadinhas e canções completamente articuladas com seu texto.
Difícil de imaginar, o espetáculo precisa ser assistido. Porque realmente não é um show-palestra, nem uma palestra-show. É um espetáculo crônica em que a narrativa é o pano de fundo para o que está sendo dito, as canções, essenciais, feito para emocionar e que cumpre o seu propósito, dada a quantidade de lágrimas do público presente.
Em alguns momentos surge a personagem mais engraçada do show, a psicóloga de Inteligência Artificial, Dra. Angelita, que entre ironias e utilizando seus recursos tecnológicos – ela acessa os conteúdos dos celulares de todos os integrantes da banda e os faz contar suas histórias relacionadas ao tempo e à vulnerabilidade – traz o alívio-cômico preciso, nunca esperado por um espetáculo que trata de economia. A banda inteira fala, a banda inteira canta, a sintonia é um ponto marcante na construção da conexão com o público.
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Dabliu, que outrora baseava seus shows em melancolia e beleza, está muito mais solto no palco: faz piadas, dança, troca olhares e sorrisos com a sua banda. O artista, economista, escritor e professor, parece neste momento da sua vida e carreira, pronto para acessar grandes plateias, angariar novos públicos e comunicar com muito mais pessoas, pois os temas que discorre são universais e fundamentais.
Seu espetáculo-crônica é cultura e educação, ao mesmo tempo. Das salas de aula para os palcos, Dabliu está pronto para alçar voos maiores (atenção universidades, teatros, plataformas de streaming e outras mídias). Quem chegar primeiro levará o ouro antes de todo mundo.
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