EUA voltam a ligar para sauditas antes reunião da Opep+ sobre nível de oferta

Publicado em 1 abr 2021, às 10h21. Atualizado em: 2 jan 2022 às 19h18.

Por Alex Lawler e Ahmad Ghaddar e Rania El Gamal

LONDRES/DUBAI (Reuters) – Os Estados Unidos disseram em uma ligação telefônica com a Arábia Saudita que os preços de energia devem ser mantidos em níveis acessíveis para os consumidores, com a administração do presidente Joe Biden retomando a prática de Donald Trump de ligar para a líder da Opep para queixas sobre preços.

A secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, disse no Twitter que conversou com o ministro de Energia saudita, príncipe Abdulaziz Bin Salman.

“Nós reafirmamos a importância da cooperação internacional para garantir preços acessíveis e fontes confiáveis de energia para os consumidores”, escreveu ela, potencialmente dando uma razão adicional para o grupo considerar um aumento de oferta.

Os preços do petróleo Brent, referência internacional, operavam acima dos 63 dólares nesta quinta-feira, com alta de mais de 20% desde o início de 2021 e perto de máximas do ano.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, conhecidos como Opep+, cortaram a produção em quase 7 milhões de barris por dia para apoiar os preços. Além disso, os sauditas têm reduzido voluntariamente sua oferta em 1 milhão de bpd.

A Opep+ vai se reunir nesta quinta-feira, com início das conversas agendado para 10 horas (horário de Brasília). “Ainda não há um retrato claro (sobre a decisão)”, disse uma fonte.

Às vésperas da reunião, representantes da Opep+ disseram que o grupo provavelmente manterá a maior parte de suas restrições de oferta em vigor, dadas as fracas perspectivas de demanda em meio a novos “lockdowns” contra o coronavírus.

Mas o humor mudou nas últimas 24 horas, como o grupo agora entre uma prorrogação dos cortes e um aumento de oferta, segundo três fontes da Opep+. O aumento poderia ser de 0,5 milhão de bpd, disseram duas dessas fontes.

Ainda não está claro se a ligação da secretária dos EUA influenciou na mudança.

Trump usou repetidamente sua influência para forçar a Arábia Saudita a ajudar sua política de produção de petróleo. Quando os preços subiram, ele insistia para que a Opep aumentasse a oferta.

Quando os preços tiveram um colapso no ano passado, devido à pandemia, Trump ligou para Arábia Saudita e Rússia e pressionou para um acordo para cortes recordes de produção que ajudaram a proteger a indústria de “shale” dos EUA.

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