Opep+ mantém aumentos graduais na produção de petróleo
Por Ahmad Ghaddar e Rania El Gamal e Alex Lawler
LONDRES/DUBAI (Reuters) – A Opep e seus aliados concordaram nesta quarta-feira em manter uma política já existente de aumentos graduais na produção de petróleo, apesar de terem revisado para cima as perspectivas de demanda para 2022 e de enfrentarem a pressão dos Estados Unidos para que o bombeamento da commodity seja ampliado de forma mais rápida.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep+, fecharam um acordo em julho para reduzir os cortes de produção que mantinham, acrescentando ao mercado 400 mil barris por dia (bpd) por mês.
A decisão desta quarta-feira significa que a Opep irá liberar 400 mil bpd ao mercado em outubro novamente, depois de já ter feito isso em setembro. A próxima reunião da Opep+ está marcada para 4 de outubro.
“Embora os efeitos da pandemia de Covid-19 continuem a lançar alguma incerteza, os fundamentos do mercado se fortaleceram e as ações da OCDE continuam caindo à medida que a recuperação se acelera”, disse a Opep+ em um comunicado.
Na terça-feira, especialistas da Opep+ revisaram a previsão de crescimento da demanda por petróleo em 2022 para 4,2 milhões de bpd, acima da estimativa anterior de 3,8 milhões de bpd, possivelmente construindo o argumento para um aumento de produção no futuro.
Com base nos dados de 2021, o cenário para 2022 parece otimista. A Opep+ espera que a demanda cresça em 5,95 milhões de bpd neste ano, após ter enfrentado uma queda recorde de cerca de 9 milhões de bpd em 2020 por causa da pandemia de Covid-19. No primeiro semestre de 2021, porém, o crescimento da demanda foi de apenas 3 milhões de bpd.
“A demanda decepcionou em relação às expectativas elevadas e ainda há ventos contrários, especialmente na Ásia. Esperamos que a demanda volte aos níveis de 2019 no segundo semestre de 2022”, disse Amrita Sen, co-fundadora da consultoria Energy Aspects.
Os EUA, enquanto isso, têm pedido para que a Opep+ aumente a produção de forma mais rápida, em momento em que o petróleo Brent –referência internacional da commodity– é negociado acima da marca de 70 dólares por barril, próximo a máximas de vários anos.