Por Devika Krishna Kumar
NOVA YORK (Reuters) – O petróleo ampliou os ganhos nesta sexta-feira, com o Brent, referência global, atingindo 72 dólares o barril pela primeira vez desde 2019 em meio à disciplina da Opep+ na oferta e à recuperação da demanda, que compensaram preocupações com o ritmo desigual da vacinação contra Covid-19 ao redor do mundo.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos como Opep+, afirmaram nesta terça-feira que manterão seu acordo de restrição de oferta.
Um relatório semanal sobre oferta mostrou na quinta-feira que os estoques de petróleo dos EUA caíram mais que o esperado na semana passada. [EIA/S]
Os preços aumentaram a alta após dados dos EUA mostrando crescimento dos empregos fora do setor agrícola em 559 mil vagas no mês passado. O dólar perdeu força com o relatório, o que torna o petróleo mais barato para detentores de outras moedas e apoia suas cotações.
O petróleo Brent avançou 58 centavos, ou 0,8%, para fechar em 71,89 dólares o barril, após atingir 72,17 dólares, a máxima desde maio de 2019.
O petróleo dos EUA (WTI) subiu 81 centavos, ou 1,2% para encerrar a 69,62 dólares. A máxima da sessão foi de 69,76 dólares, maior nível desde outubro de 2018.
Os preços do petróleo também foram apoiados pela informação de que empresas de energia dos EUA cortaram nesta semana o número de plataforma de óleo e gás natural operacionais, pela primeira vez em seis semanas, segundo dados da empresa de serviços do setor Baker Hughes.
“Após muito tempo, o petróleo aparenta ter encontrado um novo lar acima dos 70 dólares”, afirmou o corretor de petróleo PVM, Stephen Brennock. “O verão e abertura da economia global são altistas para a demanda por petróleo na segunda metade do ano”.
O Brent avançou cerca de 3% na semana, enquanto o petróleo dos EUA obteve ganhos de quase 5%. É a segunda semana de ganhos para ambos os contratos.
Uma desaceleração nas negociações entre os Estados Unidos e o Irã sobre o programa nuclear dos iranianos também impulsionou o petróleo nesta semana, ao reduzir expectativas de um retorno da oferta do país islâmico ao mercado.
(Reportagem de Alex Lawler em Londres, Aaron Sheldrick em Tóquio e Roslan Khasawneh em Cingapura)