Patrimônio Cultural, especificamente o Arqueológico, é foco de estudos para as obras do Sistema de Transmissão Gralha Azul, da ENGIE. Passando por 27 municípios do Paraná, o projeto vem promovendo a localização, o estudo e a conservação arqueológica dos materiais encontrados nos locais onde as obras vêm sendo realizadas.

Muito antes de qualquer canteiro de obra ser aberto, há aproximadamente três anos uma caminhada cuidadosa já havia começado. O resultado é o mapeamento de mais de 20 mil peças de sítios arqueológicos da região central do estado Paraná já foram encontradas, catalogadas e enviadas para estudo.

O levantamento foi feito por pelo menos 80 profissionais envolvidos no trabalho de arqueologia realizado pelo Sistema de Transmissão Gralha Azul.

“Temos sítios tupi-guarani, urnas lisas e decoradas, muitos artefatos líticos, feitos em pedra lascada e polida, que já é muito característico dessa região, por conta dos grandes rios que nós temos.”

Contou Luciana Ribeiro, Coordenadora Arqueológica do Projeto Gralha Azul
(Foto: Divulgação / ENGIE)

O Diretor de Implantação do STGA, Márcio Daian, reforça que os estudos que envolvem a área do Patrimônio Arqueológico estão presentes desde a etapa de planejamento dos empreendimentos do projeto.

“Fizemos uma análise completa, desde a fase de pré-leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), onde estudamos o potencial arqueológico da região atingida pelo projeto, e estaremos atuando até a emissão da Licença de Operação, com a etapa final das obras. Todas as peças arqueológicas encontradas são encaminhadas para análises nos laboratórios de arqueologia e, posteriormente, para a Instituição de Guarda Permanente da Coleção. Lá elas ficam acondicionadas e são utilizadas para futuros estudos de pesquisadores, o que demonstra mais uma preocupação do STGA com a conservação local e com o cumprimento das normativas legais exigidas”

explica Daian, diretor da ENGIE

Leia também: Sítios arqueológicos são mapeados no Paraná

O processo de análise da Arqueologia local, dentro do STGA, iniciou primeiramente com o estudo de impactos, fase em que são identificadas as áreas com potencial arqueológico, por meio do levantamento e estudo do solo – com foco na geologia e geomorfologia -, da paisagem, do ambiente e do paleoambiente, com análises dos dados coletados e pesquisas realizadas em campo e laboratório.

De acordo com a Arqueóloga Gestora do STGA, Luciana Ribeiro, há um grande e complexa pesquisa sobre as populações que habitavam a região.

“Todos os sítios arqueológicos encontrados pelo STGA são analisados à luz de estudos feitos no passado, cruzando os dados com pesquisas atuais. É, então, elaborado o cadastramento das poligonais dos Sítios Arqueológicos, para constar no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Com isso, são tomadas todas as medidas preventivas previstas na legislação vigente e as medidas de controle durante a obra, como o monitoramento contínuo das atividades de supressão de vegetação e fundação das torres.”

explica Luciana, da ENGIE

Desde o início do trabalho das equipes de arqueólogos, para implantação do Sistema de Transmissão Gralha Azul, mais de 60 sítios arqueológicos foram cadastrados. Pelo menos 53 deles já passaram pelas primeiras escavações, chamada etapa de resgate.

“A gente está procurando vestígio das antigos ocupantes da região, tanto indígena quanto aqueles históricos, que moraram aqui a partir da colonização.”

informou Maritza Dode, arqueóloga

Leia também: Peças históricas são encontradas nas escavações dos sítios arqueológicos

Os materiais oriundos das escavações, seguem para o Instituição de Guarda no Estado do Paraná, onde as universidades estudam o que foi coletado em pesquisas de trabalhos de conclusão de curso, mestrados e doutorados, ampliando o conhecimento sobre o passado da nossa sociedade.