A trajetória política de Sergio Moro, que toma posse hoje como senador
O ex-juiz Sergio Moro toma posse hoje no Senado Federal. Filiado ao União Brasil, o agora senador conquistou 1,9 milhão de votos nas eleições de 2022, quando destronou Álvaro Dias (PODE-PR), que buscava a reeleição na cadeira.
Natural de Maringá, Moro iniciou sua carreira como juiz federal em 1996 e atuou em casos de grande relevância, como o caso Banestado no início dos anos 2000, sentença de 29 anos de prisão do traficante Fernandinho Beira-Mar e a Operação Lava Jato.
Essa última, por sua vez, alçou o nome do até então juiz no cenário político, por ordenar a prisão de diversos empreiteiros e políticos poderosos, como o presidente Lula (PT).
Em 2019 ele deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo do principal adversário do petista, Jair Bolsonaro (PL).
O início de sua carreira política foi tumultuado, além dos embates com aliados de Lula, que o acusam de ter sido parcial contra o petista, Moro saiu do governo brigado com o agora ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse rompimento Moro acusou o então presidente de ter interferido na Polícia Federal para proteger os filhos.
Afastado da ala bolsonarista da política, Moro filiou-se ao Podemos, partido de Álvaro Dias. Com a promessa de ser candidato a presidente da República, o partido investiu fortemente na pré-campanha do ex-ministro. Porém, Moro desistiu de ser candidato ao Planalto pelo Podemos e migrou para o União Brasil.
Não tardou para ver o partido abandonar as pretensões ao Planalto e, com isso, saiu candidato ao Senado Federal pelo Paraná. O fato foi lido como traição por Álvaro Dias, que posteriormente foi derrotado pelo ex-aliado na disputa por uma vaga no Salão Azul, em Brasília.
Entre mordidas e afagos com o bolsonarismo, Moro se elegeu senador e na sequencia declarou apoio para o ex-presidente Bolsonaro em sua tentativa de reeleição.
Com Bolsonaro derrotado e Paulo Martins (PL-PR) – candidato ao Senado pelo mesmo partido do ex-presidente – ficando em segundo lugar no pleito, Moro viu o Partido Liberal entrar com ação para cassar sua candidatura. O pedido segue em análise na Justiça Eleitoral.
Mesmo com o processo contra si, o ex-juiz declarou que votará no candidato do PL, Rogerio Marinho, para a presidência do Senado.
Outra reviravolta que Moro viu em sua carreira política foi ver o partido em que é filiado compor com seu principal adversário político, Lula. Atualmente o União Brasil mantém três ministérios em Brasília.
Moro promete uma trajetória independente, sendo oposição ao governo federal em pautas que considerar contrárias aos interesses dos paranaenses e votar favorável quando os ímpetos petistas convergirem com os valores dos eleitores do estado.
A posse de Moro está marcada para esta quarta-feira (01), às 15h. Veja como será a cerimônia aqui.