As ordens de Lula
Na esquerda há um bordão que se repete a exaustão para a militância: “Você pensa que pensa? Pensa não. Quem pensa por você é o Comitê Central.” É o chamado centralismo democrático.
Pois bem, o ex-presidiário Lula encarna sozinho todo o “comitê central” petista. E ele decidiu: Mandou o poste Fernando Haddad parar de firula e disputar a prefeitura de São Paulo, como um trampolim para o Palácio dos Bandeirantes em 2024. A vice será Marta Suplicy, que com a possibilidade de Haddad assumir o governo de São Paulo ganharia dois anos na prefeitura da capital.
Ah, ele também mandou acabar com as crises internas de setores do PT contra Gleisi Hoffmann. Avisou que ela é a presidente enquanto ele quiser.
Por fim, mandou o governador do Maranhão, Flávio Dino, que é de outro partido, mas está sempre a postos de Lula, atrair o apresentador Luciano Huck para uma aliança de esquerda. Dino já está sem serviço, em entrevista à BBC Brasil, disse: “Luto para que Lula e Huck estejam juntos”. A parceria já teria começado logo ao sair da cadeia, quando o petista usou o jatinho do global.
Com tudo isso, Lula limpa e pavimenta a estrada no sonho de ser candidato a presidente e retomar o poder. O próximo passo é driblar a lei da ficha limpa, que o impede de ser candidato – apesar de solto, ele segue condenado em segunda instância em dois processos. São duas opções, mudar a lei ou anular as condenações. Ele já joga nos dois campos.