Áudio de reunião entre Bolsonaro e Ramagem é liberado pelo STF
Bolsonaro e Ramagem são alvos do inquérito que investiga a utilização da Abin para atender interesses pessoais do antigo governo
O sigilo da gravação entre o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época dirigia a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o ex-presidente Jair Bolsonaro foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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A conversa registrou o suposto plano de utilizar a Abin para proteger um dos filhos do ex-presidente, o senado Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de processos em andamento na Justiça.
Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro são investigados em um inquérito que apura a utilização de parte da estrutura da Abin para benefício pessoal de pessoas ligadas à cúpula do governo anterior, conhecida como Abin Paralela. A gravação, realizada por Ramagem sem que o ex-presidente soubesse, também contém vozes atribuídas às advogadas de Flávio Bolsonaro, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, e ao ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, outro alvo da investigação.
A Polícia Federal (PF) descobriu a gravação da conversa entre Bolsonaro e Ramagem, antigo diretor da Abin, na qual discutem sobre um esquema para proteger Flávio. As informações foram reveladas no documento da apuração sobre a “Abin paralela”, divulgado na última quinta-feira (11).
Durante a conversa, Ramagem sugeriu iniciar processos administrativos contra os auditores fiscais da Receita Federal que conduziram a investigação de Flávio, com o objetivo de anular as investigações. Bolsonaro concordou com a proposta. Essa estratégia foi executada e resultou no arquivamento do processo contra Flávio em 2022. Na época, havia suspeitas de desvio de recursos dos funcionários de seu gabinete, a famosa “rachadinha”, enquanto ele ocupava o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Conforme informações da Polícia Federal, o encontro entre antigo chefe de estado e antigo diretor da Agência Brasileira de Inteligência ocorreu em agosto de 2020. Após a divulgação da gravação, Flávio Bolsonaro afirmou que não tinha vínculos com a Abin.
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