Câmara de Curitiba ganha novos perfis de vereadores com renovação
52% dos parlamentares da atual magistratura não voltarão para a Câmara em 2025 e pautas ideológicas e sociais ganharam espaço entre os eleitos
Com a renovação de 52% da Câmara Municipal de Curitiba, o perfil dos vereadores da capital paranaense também sofreu alterações.
Candidatos mais ligados a pautas ideológicas ou sociais ganharam mais espaço em relação aos tradicionais representantes dos bairros.
Os seis vereadores mais votados na capital paranaense serão estreantes na Câmara Municipal em 2025. E a maioria deles não têm como principal chamariz eleitoral a ligação com um bairro da cidade.
Por diferentes motivos, Jasson Goulart (Republicanos), Guilherme Kilter (Novo), Da Costa do Perdeu Piá (UNIÃO), Delegada Tathiana (UNIÃO), João Bettega (UNIÃO) e Bruno Secco (PMB) possuem maior notoriedade pelas profissões ou pautas ideológicas defendidas.
Como comparação, nomes mais ligados aos bairros de Curitiba como João da 5 Irmãos e Salles do Fazendinha não conseguiram a reeleição.
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Para o doutor em Ciência Política e professor do do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Emerson Urizzi Cervi, essa mudança no perfil está na maior polarização do eleitorado.
“Quando você tem a radicalização, a radicalização leva para os dois lados. A próxima Câmara é menos ‘desterrada’. É uma Câmara com menos representantes das regionais da cidade, de bairros da cidade. E é uma Câmara com mais representantes de valores e discursos ideológicos ou abstratos. Isso nos dois lados”, pontua Cervi.
O professor da UFPR ainda aponta que o fato dos vereadores Herivelto Oliveira (Cidadania), Professora Josete (PT), Sabino Picolo (PSD) e Tito Zeglin (MDB) não terem buscado a reeleição também provocou uma migração dos votos.
“O voto não pertence a um partido, pertence a um eleitor. E aí, o eleitor falou assim, não, eu não vou ver se vocês estão indicando ou não. Ele distribuiu o voto. Então, além da renovação, houve um direcionamento de votos para a mudança. O que aconteceu na eleição majoritária é refletido também na eleição para a Câmara”, completa.
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