Confira tudo o que disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista exclusiva ao Grupo RIC
Durante sua visita ao Paraná, no último fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao Grupo RIC. O chefe do executivo falou de todo o cenário atual e do futuro na política, de sua gestão na Covid, de concessões, ICMS, combustíveis, entre diversos outros assuntos. Confira:
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Além destes assuntos, Bolsonaro ainda falou sobre supostas agressões contra jornalistas na Itália, destino da sua última visita internacional, na semana passada. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Todoli, pediu que o presidente desse explicações sobre isto. Veja o que o presidente disse:
“Teve um dia eu por três vezes saí nas ruas. Fui reconhecido do por todo mundo, uma coisa fantástica. Eu sei que uma das vezes eu sai pela porta dos fundos, já para evitar aquela imprensa, que não faz um trabalho razoável né. Tá lá pra agredir o tempo todo. Eu sei que comecei a ouvir umas confusões. Aí voltei e fiquei sabendo que houve um atrito, não houve soco nem agressão, foi com os carabineiros italianos, juntamente com o GSI, que faz a minha segurança em qualquer lugar do mundo. Tiveram entrevero com o pessoal da Folha, UOL e Globo. Porque eles começaram a me agredir lá de trás, falando coisas absurdas e quando tentou se aproximar de mim foi detido, foi barrado pelos carabineiros, que são os policiais italianos. Nada mais além disso. Agora querer me responsabilizar por causa disso é faltas de responsabilidade por parte desses três órgãos de imprensa”,
disparou Bolsonaro.
5G e os indígenas
Bolsonaro ainda falou sobre o leilão do 5G e a sua intenção de levar o 4G para todos so cidadãos brasileiros, para que ninguém fique sem internet. E isto inclui os índios em diversos locais do país, inclusive os da Amazônia, para que, em suas palavras, possam mostrar ao mundo através das redes sociais a real situação da Amazônia.
“O leilão foi um sucesso, não é apenas o 5G. Nesse contrato, nessa nova concessão do 5g, nós temos milhares de pontos do Brasil que não tem internet. Vai ter internet 4G para todas as pessoas e a internet é comunicação. Eu costumo falar por dois momentos que eu tive lá na região de São Gabriel da Cachoeira, falei com os ianomâmis e com tucanos, o que vocês querem? Adivinha o que eles pediram para mim? Internet. Já botamos a internet, wi fi nosso em centenas de aldeias. E a internet realmente é a comunicação. É a comunicação que faz você evoluir e enxergar os quatro cantos nosso Brasil. Quando tive na Itália, um garoto perguntou: E o fogo na Amazônia? Bem, os indígenas com internet vão mostrar agora o que é a Amazônia de verdade. E não através de algumas pessoas, que trabalham em causa própria, recebendo dinheiro de ONG, ou então agindo com partido político de oposição pra criticar o governo. Você viu alguém dos Estados Unidos indo para o G20 ou para Glasgow falar que na Califórnia pega fogo e é um terror? Pega mais fogo na Califórnia do que na Amazônia toda. Você vê algum alemão criticar a sua matriz energética, onde quase toda ela vem do carvão? Não vai! Só no Brasil. Então com a internet, com nossos indígenas mostrando o que é a Amazônia, como mostrei agora num pequeno vídeo o que é o vale do Rio Cotinga, na Raposa Serra do Sol. Hoje eu desci na aldeia ali, inclusive, conversei com o pessoal na aldeia Frechal, o que eles querem? Rio Cotiro, 12 quilômetros, queda 600 metros. Eles querem hidrelétrica, você pode construir meia dúzia de hidrelétricas. Vai dar energia, como é rio perene, para toda a região norte, para grande parte do norte e do nordeste. Mas você não pode fazer nada por enquanto porque é uma reserva indígena. E eles querem isso aí. Nós vamos romper isso aí, vai dar royalties para eles, eles vão ser felizes, cada vez mais vão se integrar a sociedade, cada vez mais vão ser igual a nós. É isso que nós queremos, é igualdade de verdade por cima, e não para baixo como a esquerda sempre prega”,
disse o presidente.
Pandemia x vacina x Mandetta
Outro tema abordado na entrevista foi a pandemia de Covid-19. Bolsonaro disse que não se arrepende de nada e sua gestão e que buscou fazer o máximo possível. Ainda rebateu quem o critica falando da vacina, afirmou que tomou cloroquina e explicou porque demitiu o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. Falou até do William Bonner.
“Quando fala em vacina, me criticam porque não comprei vacina 2020. Ô cara pálida, quem tinha vacina para vender em 2020? Ninguém tinha. A primeira vacina surgiu em dezembro no Reino Unido. A nossa começou aí no mês seguinte. Compramos mais de 320 milhões de doses. Quem quis tomar vacina tomou. Eu falei que jamais obrigaria alguém tomar vacina. Toma quem quer. Sou contra o passaporte vacinal. Vale a pena ouvir o bate-papo de 15 minutos que eu tive com o presidente da OMS, falando sobre isso, falando sobre vacinação de crianças. Você que é pai, vai lá ver o que o presidente da OMS falou sobre isso. Falando sobre lockdown, que eu sempre fui contra. Desculpa, eu não errei nenhuma. Não é que tinha bola de cristal. É porque eu estudei e procurei não fazer o politicamente correto. E decisões você tem que tomar. Eu não posso saber que todo mundo está apoiando uma coisa que vai dar daqui a seis meses e eu ficar nesse bolo, me acomodando. Não poderia fazer isso e não fiz isso. Eu não tenho preocupação com a possível reeleição. Minha preocupação é com a minha consciência e com o futuro do Brasil. E isso está dando certo. Sempre defende autonomia do médico. Se o médico que receitar alguma uma coisa para você se curar, que não está na bula, e não tem remédio específico para aquilo, é um direito no médico, conversando contigo chegar a uma decisão. Sempre apoiei o presidente do Conselho Federal de Medicina nessa linha. Agora hoje em dia, parece que se você tiver alguma doença aí tem que procurar o William Bonner ou Omar Aziz. Mas não é dessa maneira. Olha o protocolo do Mandetta. Por que eu mandei o Mandetta embora? Olha qual era a orientação dele: vá pra casa. Só quando sentir falta de ar, procure o médico. Eu falei, Mandetta, eu nunca vi você começar a tratar uma doença em fase de hospitalar. E olha que eu sou capitão de artilharia montada, eu faço exatamente o contrário do que você faz”,
esbravejou o presidente.
Depois ele ainda chamou Mandetta de marqueteiro.
“Continua sendo marqueteiro daquela grande rede de televisão, eu dei um cartão vermelho para ele. Hoje em dia é candidato para eles. Quero saber num debate como é que vão olhar na minha cara. Quantas pessoas poderiam ter sido salvas se nós todos déssemos isonomia para o médico. Eu tomei aquele negócio que cura malária, no dia seguinte tava bom. E assim fizera mais 200 pessoas da presidência, fizeram tratamento, ninguém foi sequer para o hospital. Agora tá chegando aí um remedinho, você vai ver o preço, é bem caro, que vai ter um medo princípio ativo desse de matar piolho, de combater a malária, pro povão aí comprar. O povão não vai comprar, porque não tem dinheiro, vai cair no meu colo, pagar uma fortuna por um tablete de cápsula, que já existe aqui no Brasil o genérico”,
disse ele.
Assista na íntegra a entrevista exclusiva com Jair Bolsonaro: