Conservadores alemães escolhem Laschet, cauteloso e de centro, para suceder Merkel
Por Andreas Rinke e Paul Carrel
BERLIM (Reuters) – Os conservadores da Alemanha expressaram nesta terça-feira todo seu apoio a Armin Laschet, um político de centro cauteloso, como candidato a suceder Angela Merkel como chanceler na eleição nacional de setembro, ao invés de seu rival bávaro mais popular.
Markus Soeder, líder da União Social-Cristã (CSU), reconheceu a derrota em sua batalha de uma semana com Laschet, presidente da União Democrata-Cristã (CDU), um partido maior, para o comando da aliança batizada de “a União” na votação de 26 de setembro.
Soeder tomou a decisão depois que membros graduados da CDU endossaram Laschet, de 60 anos, em uma reunião tensa de madrugada, quando demonstraram inquietação com o futuro do bloco sem Merkel – que os levou a quatro vitórias consecutivas.
“A sorte está lançada: Armin Laschet será o candidato a chanceler da União”, disse Soeder aos repórteres em Munique.
“Liguei para Armin Laschet e o cumprimentei”, acrescentou Soeder. “Em nome da CSU e pessoalmente, desejo sorte a Armin Laschet na tarefa difícil à sua frente e lhe ofereço o apoio da CSU.”
Ao apoiar Laschet, visto como isento de carisma e inexpressivo em sua reação à pandemia de Covid-19, a elite da CDU priorizou o predomínio do partido dentro do bloco conservador, aparentemente preferindo até o risco de uma derrota eleitoral a ter que ceder poder a seus parceiros bávaros minoritários.
Uma pesquisa de sexta-feira da ARD Deutschlandtrend mostrou que 72% dos eleitores conservadores da Alemanha, a maior economia da Europa, consideram Soeder, de 54 anos, mais adequado para se tornar chanceler. Só 17% veem Laschet como o candidato mais apropriado, segundo a sondagem do instituto de pesquisa Infratest Dimap.
Como candidato a chanceler, Laschet terá grande trabalho para conquistar eleitores nada impressionados com a maneira confusa como o governo enfrenta a pandemia.
Também nesta terça-feira, Laschet fez um apelo para que o bloco conservador se una agora.
“A CDU não vencerá esta eleição sem a CSU, e o contrário também é verdade”, disse ele em uma coletiva de imprensa na qual ainda ressaltou a necessidade de diminuir a dívida pública alemã assim que a pandemia terminar.
Como os ecologistas Verdes só estão alguns pontos atrás, muitos conservadores estão preocupados com as chances de se manterem no poder em setembro sem Merkel, que parabenizou Laschet pela candidatura.
(Reportagem adicional de Rene Wagner)