Datafolha: Lula mantém liderança com 47%, mas vantagem em relação a Bolsonaro diminui
(Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 47% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 29%, mostrou pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (28).
A vantagem numérica do petista diminui para 18 pontos percentuais. Em junho, quando fora realizada a última sondagem do instituto, Lula computava 47% da preferência eleitoral, enquanto Bolsonaro marcava 28%, com diferença de 19 pontos.
A variação de 1 ponto para cima de Bolsonaro está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Pela pesquisa, o patamar percentual de Lula supera numericamente a soma de todas as pontuações dos demais concorrentes no primeiro turno, o que representaria vitória na primeira rodada de votação. Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria por 55% a 35%. A vantagem de Lula também diminuiu aqui, já que em maio o placar era de 57% a 34%.
- Leia também:
Primeira pesquisa presidencial após convenções
Realizada entre quarta e quinta-feira, a pesquisa ocorreu após a formalização das candidaturas dos dois principais candidatos em convenções bem diferentes. Enquanto Lula nem compareceu aos encontros do PT e da federação PT-PCdoB-PV que oficializaram seu nome num hotel de São Paulo, Bolsonaro foi aclamado pelo PL em um grande evento com milhares de pessoas no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, com direito a discurso do presidente e da primeira-dama Michelle.
A sondagem do Datafolha foi feita também depois que Bolsonaro reuniu embaixadores em Brasília para repetir, agora para um público externo, seus ataques ao processo eleitoral e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e praticamente ao mesmo tempo em que milhares de pessoas, incluindo grandes banqueiros e empresários, assinavam uma carta em defesa da democracia.
Mas Bolsonaro também conseguiu boas notícias desde a última pesquisa. De um lado, o Congresso aprovou a PEC dos Benefícios, que irá aumentar o Auxílio Brasil e o vale-gás, além de criar benefício específico para caminhoneiros e garantir recursos para taxistas. De outro, os preços dos combustíveis recuaram em função da redução do ICMS e de cortes da Petrobras.
Para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o esforço por novas medidas feito por Bolsonaro não está tendo impacto entre o eleitorado.
“Lula continua sendo a esperança do povo para tirar o país da crise. Toda essa ação que ele (Bolsonaro) fez, essa ofensiva, mostra que não teve impacto na avaliação que o povo está tendo da crise”,
disse Gleisi a jornalistas.
Outros candidatos
Seguindo os dois primeiros colocados, a uma boa distância, vem o chamado segundo pelotão na disputa do primeiro turno: o candidato do PDT, Ciro Gomes, com os mesmos 8% de junho, seguido da senadora Simone Tebet (MDB), com 2% (ante 1%), e o deputado André Janones (Avante), com 1% (ante 2%). Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) também têm 1%.
Os dados continuam mostrando que a chamada terceira via, grupo político que tenta encampar os eleitores resistentes a Bolsonaro ou a Lula, não tem conseguido firmar-se como alternativa viável. O percentual dos que votarão em branco, nulo ou em nenhum dos nomes oferecidos chega a 6% (ante 7% em junho), segundo a pesquisa, enquanto 4% responderam não saber em quem votar, repetindo o patamar da pesquisa anterior.
O Datafolha entrevistou 2.556 pessoas em 183 cidades do país.
(Por Alexandre Caverni)