Deputado Daniel Silveira é preso pelo STF
O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso nesta terça-feira (16). A ordem de prisão foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
A prisão ocorreu devido ao inquérito sigiloso que apura ameaças, ofensas e fake news que foram disparadas contra os ministros do STF e seus familiares. A ação ocorreu logo após o deputado publicar um vídeo fazendo apologia ao AL-5 (Ato Institucional n.º5), o mais repressivo da ditadura militar e defendendo o fechamento do STF.
“As manifestações do parlamentar Daniel Silveira, por meio da redes sociais, revelam-se gravíssimas, pois, não só atingem a honorabilidade e constituem ameaça ilegal à segurança dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como se revestem de claro intuito visando a impedir o exercício da judicatura, notadamente a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado Democrático de Direito.”
Disse Moraes.
O ministro ainda solicitou ao Youtube que retire o vídeo publicado pelo deputado sob pena de multa de R$ 100 por dia.
“As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito, pois na verifica-se, de maneira clara e evidente, a perpetuação dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo permanece disponível e acessível a todos os usuários da rede mundial de computadores.”
Disse Moraes.
O deputado federal disse em entrevista ao portal R7 que sua prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, “foi apenas para satisfazer o ego deles”, se referindo aos ministros da Corte.
O deputado ainda publicou em seu Twitter que só iria dormir fora de casa para provar para o Brasil quem são os ministros dessa suprema corte.
Quem é o deputado Daniel Silveira?
Em sua conta oficial do Twitter, o deputado Daniel Silveira se descreve como “policial militar, conservador, bacharelando em Direito, deputado federal, totalmente parcial e ideológico”.
Silveira tomou posse na Câmara em 2019, ele foi eleito com mais de 30 mil votos.
Daniel ficou conhecido após o episódio com a placa de Marielle Franco. Em 2018, durante sua campanha, em um comício, quebrou a placa com o nome da vereadora, que havia sido assassinada meses antes.
Além disso, o deputado já se envolveu em outros momentos polêmicos. Um deles foi quando entrou sem autorização no colégio federal Pedro II, alegando que estava realizando uma vistoria, pois iria denunciar materiais de conotação política em ambiente escolar. A reitoria do colégio chamou a Polícia para a retirada do deputado.
Houve o espisódio em que se envolveu em uma dicusssão com uma mulher em uma Universidade. Na época, um vídeo da discussão foi divulgado, onde mostrava os dois cuspindo um no outro. Durante a dicussão, o político perguntou se a mulher pertencia ao Psol se referindo como um “partido de maconheiros, vagabundo e narcoterrorista”.
Outra fala do deputado viralizou nas redes sociais. Em maio do ano passado, ele disse que estava torcendo para que os manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levassem tiros da polícia. Na época, Daniel também gravou um vídeo onde dizia:
“Vocês vão pegar um ‘polícia’ zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento”, disse Silveira na gravação. “Eu estou torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo”.
Atualmente, o político é investigado pelo STF devido a atos antidemocráticos e informações falsas que divulga nas redes sociais.