#DicadoPedroso: "o estado não sou eu”; estratégias empresariais no licenciamento ambiental de grandes empreendimentos industriais
Nesta coluna procuro abordar temas ligados à política de uma forma analítica, tendo sempre como lastro dados e evidências. Com isso em mente, e atendendo pedidos de leitores que gostariam de aprofundar seus conhecimentos, passarei a fazer indicações de textos que considero relevantes.
Às segundas-feiras irei publicar aqui resumos (e o link para a versão completa) de textos acadêmicos (artigos, entrevistas, resenhas) publicados em Revistas/Dossiês que possuam Comissão Editorial e que tenham sido avaliados por pareceristas ad hoc em regime de duplo-cego (double blind review). Friso que os textos passaram também pelo crivo do “Qualis Periódicos” – instrumento criado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para avaliar os periódicos científicos no Brasil.
Utilizo estes critérios para garantir uma maior qualidade e relevância do que será indicado.
Indicação do dia: “O ESTADO NÃO SOU EU”. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE GRANDES EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS.
Autora: Deborah Bronz
Resumo (informado pela autora):
A definição dos limites entre Estado e Economia é imprecisa e transitória. Isto se torna evidente quando estudamos os grandes empreendimentos industriais. Trilhando os procedimentos administrativos de licenciamento ambiental procuro aceder ao conjunto de discursos que a eles se vinculam no Brasil. Nas negociações entre empresários, gestores e organizações civis, é bastante usual encontrarmo-nos com a seguinte resposta às colocações que exigem dos empresários aquilo que, em seus discursos, depositam sob os designíos do Estado: “O Estado não sou eu”. Eu pergunto: quem é ou o que é Estado no discurso dos empreendedores? Quais são as operações que produzem esta separação? Qual é o efeito performativo desta colocação? Já que os empreendedores não se consideram Estado, recorro ao que os tornam empreendedores buscando acesso à lógica que sustenta suas representações sobre o Estado. Os padrões serão encontrados na comparação entre os dois casos de empreendimentos similares em territórios diferenciados.
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Referência: BRONZ, Deborah. “O Estado não sou eu”. Estratégias empresariais no licenciamento ambiental de grandes empreendimentos industriais. Campos – Revista de Antropologia, [S.l.], v. 14, n. 1/2, p. 37-55, dez. 2013. ISSN 2317-6830. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/campos/article/view/42472>. Acesso em: 26 jul. 2021. doi: http://dx.doi.org/10.5380/campos.v14i1/2.42472.