Disputa em Curitiba inicia corrida pelo Governo do Paraná em 2026
Personalidades como Ratinho Junior e Sergio Moro observam com atenção o desfecho das eleições municipais deste ano
A disputa à Prefeitura de Curitiba em 2024 deve também iniciar a corrida eleitoral para o Governo do Paraná em 2026, dizem analistas políticos ouvidos pelo portal RIC.
Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), e Murilo Hildalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, avaliaram que a disputa entre PSD e União Brasil na capital paranaense será chave para definir o sucessor de Ratinho Junior (PSD) no Governo do Paraná.
“O primeiro passo vai se dar na eleição em Curitiba. O primeiro confronto vai ser em Curitiba. Onde o governador Ratinho Junior vai ter o candidato Eduardo Pimentel e o Senador Sergio Moro vai ter Ney Leprevost. Aí teremos uma boa noção da divisão de forças”, pontua Hidalgo.
Levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas na última segunda-feira (12), apontou que o senador Sergio Moro (UNIÃO) lidera as intenções de voto nos três cenários pesquisados, com ao menos 41,3% das menções.
Já os pré-candidatos do PSD sugeridos pelo instituto na pesquisa, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, o presidente eleito da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), Alexandre Curi, e o vice-governador, Darci Piana, não somam mais de 19,8% em nenhum dos cenários.
Mas segundo Lavareda, o PSD larga com vantagem em Curitiba devido a boa aprovação dos dois mandatos de Greca à frente da Prefeitura.
“Embora o Greca ainda não seja um grande candidato para 2026, boa parte da reflexão do eleitor se dá para a avaliação sobre o mandato dele em Curitiba. Então o candidato dele é quem tem mais condições de manter a cidade nesse rumo”, explica Lavareda.
Além de Curitiba, a disputa entre PSD e União Brasil deve se repetir em pelo menos mais duas grandes cidades do Paraná: Cascavel, em que o PSD irá apoiar o ex-deputado federal Renato Silva (PL) e o União o ex-prefeito Edgar Bueno (PSDB); e em Ponta Grossa, com a atual prefeita Elizabeth Schimidt frente ao ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD).
“Eles (PSD e União) podem se juntar em 2026? Perfeitamente, eles não são inimigos. Mas vamos como ambos saem dessa eleição e se teremos embates pesados entre os dois. Essas divisões demonstram que dificilmente em 2026 eles estarão juntos”, completa Hidalgo.
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Fatores nacionais podem ser chave em Curitiba e PR
Ainda segundo os analistas políticos, tanto as disputas no âmbito municipal como na esfera estadual ainda não contam com figuras de relevância nacional, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O apoio de Bolsonaro, inclusive, pode ser considerado chave nessas próximas eleições. Em Curitiba, o PL forma chapa com o candidato do PSD, Eduardo Pimentel, tendo nomeado Paulo Martins como vice. Mas até o momento não houve nenhum indício que o ex-presidente possa participar dessa campanha.
Outra questão importante é que Moro e Bolsonaro já foram aliados políticos, com o senador tendo ocupado o cargo de ministro da Justiça entre 2019 e 2020. Mas o ex-juiz federal se demitiu do cargo e acusou publicamente o ex-presidente de não cumprir promessas eleitorais na área de segurança. Desde então não houve reaproximação entre as partes.
“O que escutamos muito em Brasília é que o PL não está muito interessado em eleger governadores, e sim, senadores. Então aqui no Paraná o foco está muito mais na eleição ao Senado. Mas aí como será a composição? Eles iriam com Sergio Moro? Iriam com Ratinho Junior? E tem o peso do Lula também. Gleisi Hofmann será candidata a deputada ou senadora? Então tudo isso, a gente vai começar a descobrir só em 2025”, finaliza Hidalgo.
Metodologia da pesquisa citada
O Paraná Pesquisas entrevistou pessoalmente 1.508 eleitores em 64 municípios do estado do Paraná entre os dias 1º e 4 de agosto de 2024.
Foram entrevistados 509 eleitores na Mesorregião Metropolitana de Curitiba e 999 nas mesorregiões paranaenses Noroeste, Centro Ocidental, Norte Central, Norte Pioneiro, Centro Oriental, Oeste, Sudoeste, Centro-Sul e Sudeste.
A amostragem da pesquisa prevê grau de 95% de confiança, com margem de erro de 2,6 pontos percentuais para os resultados gerais, 4,4 pontos percentuais para as entrevistas na Mesorregião Metropolitana de Curitiba e 3,2 pontos percentuais no restante do estado.
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