É possível em 2025 reduzir tarifa e passe-livre estudantil em Curitiba? Veja fact-checking

Um dos temas levantados no Debate da RICtv RECORD com os candidatos a prefeito de Curitiba foi a redução no valor da tarifa do transporte público e a aplicação do passe-livre-estudantil.

O tema foi abordado pelos candidatos Andrea Caldas (PSOL) e Ney Leprevost.

Enquanto Leprevost defendeu no primeiro semestre de 2025 reduzir em R$ 1 o valor da tarifa de ônibus em Curitiba (atualmente é R$ 6) e aplicar a tarifa domingueira de R$ 1 aos domingos.

Já Andrea pontuou que é necessário em 2025 aplicar o passe-livre estudantil para todos os estudantes de Curitiba.

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O fact-checking do Portal RIC aponta certas dificuldades para que ambos os candidatos consigam aplicar essas propostas.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de Curitiba para 2025 foi aprovada e prevê que no primeiro ano da próxima gestão haja um orçamento de R$ 14,29 bilhões.

Desse montante, 10,6% será destinado para o setor de urbanismo – que envolve, por exemplo os custos com o transporte público. Esse montante equivale a cerca de R$ 1,4 bilhão.

R$ 1 bilhão ainda estão previstos na LDO 2025 para investimentos públicos, sem necessariamente estarem dispostos a algum setor.

Dessa forma, a Prefeitura teria cerca de R$ 2,4 bilhões para investimentos em 2025, o que incluiria a redução o valor da tarifa de ônibus.

Mas dentro dos custos previstos para o transporte público em Curitiba estão os subsídios dados pela Prefeitura às empresas de ônibus para evitar maiores valores da tarifa.

Atualmente a Prefeitura subsidia 22% dos custos totais, segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

Dados da Urbanização de Curitiba, apontam que somente no mês de setembro de 2024, R$ 106 milhões foram subsidiados.

Multiplicado esse valor por 12 (equivalente aos meses do ano) esse valor subiria para R$ 1,2 bilhão, mais do que orçamento previsto para o urbanismo na LDO 2025.

Já o passe-livre estudantil em Curitiba também apresenta um custo anual para ser aplicado. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base nos 44 maiores municípios do país (o que inclui Curitiba) e nos estudantes cadastrados no Cad.Único, aponta gasto médio de R$ 340 milhões por ano para a implementação da proposta.

Ou seja, para que ambas as propostas sejam aplicadas em Curitiba é preciso aumentar o subsídio de 22% repassado às empresas do transporte coletivo e que, atualmente, já se encontra deficitário.

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