Eleições 2022: "E agora, Jair? E agora, Sérgio? E agora, Lula?
Bolsonaro nunca negou seu interesse em disputar a reeleição em 2022. Suas ações se direcionam sempre neste sentido, inclusive a construção de afetos e desafetos seguem por este critério.
Para aqueles que, como ele, tem esta perspectiva no radar as últimas pesquisas divulgadas pela XP/Ipespe e Paraná Pesquisa são um vento motivador para a Nau do Capitão.
A pesquisa da XP nos aponta que a tendência de recuperação da popularidade do presidente se mantém e sua avaliação negativa segue regredindo. Inclusive, a pesquisa já foi feita levando em consideração a prisão de Fabricio Queiroz, fator que, mesmo amplamente conhecido (77% dos respondentes alegam ter ciência das investigações que levaram à prisão), não foi o suficiente para conter este movimento.
Reforçando as eleições de 2022, mas sob outra perspectiva, o Instituto Paraná Pesquisa apontou que, em um cenário sem o ex-presidente Lula, Bolsonaro aparece com 29% de preferência para o pleito, seguido por Sergio Moro com 17,1%. Quando Lula é incluído na pesquisa, Bolsonaro segue liderando, porém, com 27,5% da preferência, seguido por Lula com 21,9% e Moro com 16,8%. Somente em um cenário sem o ex-ministro Sergio Moro a vantagem do presidente Bolsonaro cresce (30,7%), quase 16% de vantagem sobre Haddad, que é o segundo colocado com 14,5%.
Quais insights sobre a eleição de 2022 os dados nos trazem?
1º insight (Sergio Moro):
Está forte e deve preocupar não somente o Presidente Jair Bolsonaro, mas todos aqueles que postulam uma candidatura ao Alvorada (Luciano Huck, João Doria, Ciro Gomes, apenas para citar alguns). O ex-Ministro tem o potencial de agregar eleitores moderados tanto de Direita quanto de Esquerda; agora, se esta hipótese se confirmará depende tanto dele quanto do cenário, pois precisará somar sua popularidade a uma capilaridade mais ampla e a um projeto de País.
2º insight (Lula):
Segue sendo o grande nome da oposição (é quem mais se aproxima de Bolsonaro nos cenários apresentados), o que é bom para o PT e sua pretensão hegemonista, mas ruim para qualquer caminho alternativo moderado à Esquerda, pois no cenário em que ele aparece outros nomes da Centro-Esquerda perdem espaço. Lembremos que o cenário polarizado/radicalizado atende aos interesses tanto do Lulismo quanto do Bolsonarismo e, vale ressaltar, a política do “nós contra eles” e de uma demonização dos moderados não é invenção do bolsonarismo (apenas se apropriou e intensificou), sendo inegável que a paternidade é do PT. Estando apto a concorrer, Lula é franco favorito a estar com Bolsonaro no segundo turno em 2022.
3º insight: Bolsonaro:
Segue sendo mais forte, levando muita vantagem, – todos os presidentes que disputaram a reeleição foram bem-sucedidos. Neste caminho precisará definir ou redefinir qual a “cara” do seu governo, pois os pilares nos quais ele se apoiava estão mudando. Irá pelo caminho do nacional desenvolvimentismo dos militares ou do liberalismo de Guedes? Implantará o programa de renda mínima universal de forma definitiva? Estreitará ainda mais as relações com parlamentares do chamado “centrão”? Manterá os Olavistas sob controle? O resultado também depende dele (principalmente).
Resta perguntar: E agora, Jair?; E agora, Sérgio?; E agora, Lula?, esperando que as respostas sejam as melhores para o Brasil.