Entrevista Rose Traiano

Explica Aí!

por Jeulliano Pedroso
Publicado em 30 ago 2023, às 18h33.
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A coluna entrevistou Rose para conhecer mais de sua história, seu perfil e os projetos sociais que ela desenvolve, confira!

Pedroso: Você preside o Conselho de Assistência Social na Assembleia Legislativa e está construindo a parte formal desse trabalho. Como surgiu seu interesse pelas áreas sociais?

Rose: Nós iniciamos essa trajetória em 2020 com a ação do Natal Solidário aqui na Assembleia fazendo a entrega de brinquedos para crianças em situação de vulnerabilidade social bem na época da pandemia. Nós chamamos as esposas dos deputados para somar forças em prol das crianças, para levar alegria e manter o encanto do natal nessa época difícil. O presidente (Ademar Traiano) deu todo o apoio e junto a Cleusa do cerimonial nós iniciamos o projeto com a arrecadação de mais de 1.700 brinquedos e entregamos para lares que cuidam de crianças órfãs. Na segunda edição, em 2021, nós conseguimos um número maior de brinquedos e entregamos para a Defesa Civil aqui do Estado. Em 2022, nós fomos in loco até uma comunidade em São José dos Pinhais e com o empenho de todos os servidores e colaboradores da Casa chegamos a mais de 2 mil brinquedos. Levamos um papai noel também e também muito carinho para eles e fomos retribuídos também com muito carinho. O conselho conta só com a ação social, não tem dinheiro, é solidariedade.

Pedroso: Hoje o projeto das Tampinhas Solidárias para o Asilo São Vicente é um dos principais do Conselho, oferecendo recursos para as casas de amparo dos idosos e também um olhar ambiental. Como você escolhe os temas que apoia?

Rose: Eu sou mãe de duas moças e eu aprendo muito com minhas filhas. Minha prioridade sempre foi ser um bom exemplo para minhas filhas porque educar vai além do dia a dia, você tem que se preocupar com o exemplo. A alegria delas (as filhas) com o papai noel no final do ano, por exemplo, me fez se esforçar para manter a “magia do natal”, eu mesma acreditei no papai noel. Então, quando tive a oportunidade de levar esse mesmo encanto para outras crianças eu fiquei muito feliz porque eu sei que todas as mães ficam felizes. No dia da entrega dos brinquedos, vi uma mãe chorando e feliz por ter ido entregar o presente.

Já sobre os idosos, eu era muito apegada aos meus pais que me ensinaram muita coisa e que eu passo para minhas filhas. E eu perdi minha mãe em 2020 e meu pai em 2022. Minhas filhas queriam seguir dando presentes de natal, e nós resolvemos “adotar”, em termos afetivos, um senhor, uma senhora, para dar um presente e manter o ritual de natal. Para isso nós visitamos o Asilo São Vicente para conhecer e buscar informações.

O idoso é muito importante para essa geração, eles são fontes de boas histórias e exemplos. Então nessa busca eu fiquei sabendo da necessidade dos idosos que não tem família, não tem com quem conversar. Nessa busca nós também passamos a frequentar o asilo e a dar e receber carinho das pessoas. Nessa vivência eu comecei a ver o quão necessário é chamar a atenção da sociedade para contribuir, dando um pouco de tempo, carinho, agasalhos, alimento e é como eu digo: não precisa de grandes feitos. O Tampinha Paraná não envolve dinheiro, é um grande trabalho, ele é uma mobilização.

Pedroso: Você conseguiu envolver também outras parcerias, a associação comercial, a associação dos procuradores… faltava pessoas para instigar e fomentar essas demais organizações?

Rose: Eu acredito que sim. Faltava iniciar porque como eu sempre falo o paranaense é solidário, é engajado. Então quando a gente conseguiu unir a solidariedade ao idoso que precisa da gente, a sustentabilidade, sem precisarmos envolver dinheiro, nós conseguimos o engajamento na ação.

Pedroso: O Paraná tem um grande histórico de primeiras damas que se envolveram com os trabalhos sociais. Alguma delas inspira você?

Rose: Veja se eu falar um nome, talvez eu seja injusta. Os bons exemplos estão aí para somar e nós temos a oportunidade de estender a mão, de ser um exemplo para as outras pessoas seguindo uma “corrente do bem”.

Pedroso: Você falou bastante sobre o legado que você recebeu, que está construindo e o que deseja passar adiante. Tem a intenção de levar essas ideias adiante em uma disputa eleitoral, um projeto político? Ou a ideia é focar no terceiro setor, em mobilizar esses agentes da sociedade?

Rose: Neste momento não passa pela minha cabeça um projeto político. Eu estou satisfeita com o resultado que estamos tendo com essa mobilização dos nossos projetos que tem a adesão do Ministério Público, da ACP e do Rotary Club. São entidades de grande representatividade que estão somando forças com a gente. Essa devolutiva dos nossos projetos já me deixa feliz e sentindo que está valendo a pena.

Pedroso: Neste momento não, mas no futuro talvez …

Rose: A gente recebe elogios e falas das pessoas. Muitas mulheres conhecem a minha história e, nesse sentido, dizem que eu tenho essa representatividade como mulher, mãe, profissional, me incentivam a ir. A gente tem recebido esses elogios e isso nos deixa felizes.

Pedroso: O que podemos imaginar para frente nesses projetos? Você já teve a campanha das tampinhas, dos brinquedos, teremos outros projetos?

Rose: Sim! Teremos, o programa Tampinha Paraná que vai virar lei é permanente, então nós vamos somar cada vez mais forças para tirar as tampinhas do meio ambiente e ajudar os idosos, levar a eles carinho e atenção também. Vamos continuar com essa ação que tem hoje a adesão de vários municípios que estão arrecadando milhares de tampinhas ajudando muito na questão do meio ambiente.

Temos também a do natal e que esse ano será um sucesso, em setembro teremos um assunto para os adolescentes abordando a pauta da questão do abuso, da internet  e dos relacionamentos. É muito melhor cuidar agora do que remediar na frente. E também teremos um programa em desenvolvimento junto a secretaria da mulher que deverá ser um programa muito importante voltado às adolescentes.