Por Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) – O governo norte-americano impôs sanções na segunda-feira a nove membros do governo da Nicarágua e a um ministério do governo responsável pelas prisões de políticos da oposição, em resposta a uma eleição que Washington denunciou como uma farsa.
As sanções, cujos alvos incluem o ministro da Energia e o vice-ministro das finanças da Nicarágua, foram feitas na sequência da reeleição do presidente Daniel Ortega para um quarto mandato consecutivo em 7 de novembro, depois de seu governo prender rivais políticos e reprimir a mídia crítica.
As sanções “têm como alvo aqueles que reprimem os nicaragüenses por exercerem seus direitos humanos e liberdades fundamentais”, disse o comunicado do Tesouro norte-americano, responsável pelas sanções.
As sanções aplicados pelo do Tesouro exigem o congelamento dos ativos -norte-americanos de uma pessoa ou entidade e proíbe os norte-americanos de fazer negócios com eles.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou Ortega, um ex-líder guerrilheiro marxista, de organizar uma eleição “pantomima”, e o resultado atraiu condenação internacional.
“Os Estados Unidos estão enviando uma mensagem inequívoca ao presidente Ortega, ao vice-presidente Murillo e a seu círculo íntimo, de que apoiamos o povo da Nicarágua em seus apelos por reformas e um retorno à democracia”, disse Andrea Gacki, diretora do Escritório de Relações Exteriores do Tesouro dos Estados Unidos, disse em um comunicado.
Um alto funcionário do Departamento de Estado, falando sob condição de anonimato, disse anteriormente que o último anúncio de sanções seria o primeiro de uma série de etapas que o governo dos EUA “aumentará com o tempo”.
As sanções anteriores impostas por Biden e seu antecessor Donald Trump não conseguiram deter Ortega, e muitos analistas estão céticos sobre se as novas medidas terão muito impacto.
Ortega ridicularizou seus críticos norte-americanos como “imperialistas ianques” e os acusou de tentar minar o processo eleitoral da Nicarágua. Cuba, Venezuela e Rússia ofereceram apoio a Ortega.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) adotou na sexta-feira uma resolução dizendo que as eleições na Nicarágua “carecem de legitimidade democrática”. Vinte e cinco países votaram a favor e sete se abstiveram, incluindo México, Honduras e Bolívia.
Entre os sancionados estão Salvador Mansell Castrillo, ministro da Energia e Minas, Jose Adrian Chavarria Montenegro, vice-ministro das finanças e crédito público, Mohamed Farrara Lashtar, embaixador da Nicarágua nos países do Oriente Médio, além de vários prefeitos e funcionários do ministério de energia.
O Ministério Público da Nicarágua foi incluído nas sanções
por ter “prendido injustamente e investigado os candidatos presidenciais e os impedindo de concorrer, minando a democracia na Nicarágua “, disse o Tesouro.