Fim do pedágio: TCE recomenda ações ao Estado para melhor gestão das estradas

Publicado em 17 nov 2021, às 22h08.

Diante do fim dos contratos do pedágio nas rodovias do Paraná, previstos para 27 e 28 de novembro, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) aprovou, na sessão desta quarta-feira (17), uma série de recomendações ao governo estadual para a gestão das estradas. No processo relatado pelo conselheiro Fernando Guimarães, foram levantados aspectos com caráter emergencial a fim de garantir que o usuário das estradas não seja prejudicado.

De acordo com o TCE-PR, entre as recomendações está a imediata padronização da sinalização nas praças de pedágio, com iluminação adequada, como solução para a abertura das cancelas ao tráfego. Outro ponto é um plano de manejo de serviços de atendimento médico, com a reavaliação do serviço aéreo para atendimento de emergências.

Guimarães destacou ainda nas recomendações que no feriado da Proclamação, em um dos trechos concessionados ocorreram 42 acidentes com óbitos, em três dias. Ou seja, em frente a um cenário como este, o conselheiro questionou a utilização da estrutura das secretarias estadual e municipais de saúde nas rodovias, considerando que a medida prejudicará a população que precisará de atendimento na rede pública.

Desvio

No relatório, o conselheiro criticou a proposta de se colocar nas mãos da Polícia Militar a operação de guinchos pesados e a guarda de locais de atendimento ao usuário e banheiros, considerando ser “nítido desvio de função”, com prejuízos à segurança da população. Para Guimarães, a realização de licitação para a contratação de vigilância nos imóveis é a mais adequada. Já para o serviço de guincho de veículos, sugeriu a utilização da iniciativa privada, que utilizaria uma base de preços homologada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR).

Passagens

Ainda de acordo com as recomendações aprovadas pelo TCE, a questão da supressão dos pedágios no Estado impactará imediatamente nas tarifas de transporte intermunicipal. Por isso, deve ser obrigação do DER fazer um plano de contingência imediatamente, logo após o encerramento da concessão no sentido de anunciar a redução proporcional no preço das passagens rodoviárias.

Em relação a eventuais propostas de prorrogação de partes do contrato em troca de serviços ou obras não prestados, o certo, segundo o TCE, deveria ser estuda-las individualmente, em função do passivo das concessionárias junto ao governo do Estado.

Por fim, o conselheiro criticou a desarticulação entre as secretarias estaduais envolvidas no processo e recomendou que a Casa Civil gerencie os planos de contingência para o fim da concessão, num processo que deve levar até 18 meses, no mínimo. Guimarães também propôs que o governo deflagre um plano estratégico de comunicação sobre a utilização das rodovias sem o pedágio, incluindo não apenas as redes sociais, mas todos os veículos de comunicação.

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